O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 23 de março de 2008

Vincent van Gogh 1853 - 1890


Amendoeira em flor
Saint-Rémy-1890 - Óleo sobre tela
Van Gogh Museum - Amesterdão

2 comentários:

Lord of Erewhon disse...

Se este amigo tivesse nascido algarvio... teria usado a pistola só para os corvos.

Ana Moreira disse...

Finalmente aparece um carrasco no meio de tanto cordeirinho Pascal.
Os corvos estavam lá, dentro e fora do peito, sobrevoando a seara doirada que se agita sob efeito do vento eléctrico, prenuncio de temporal.O caminho é sinuoso e não leva a parte alguma. Pena que não te possa responder com a imagem do ultimo quadro de van Gogh, datado de Julho de 1890 - Seara de trigo com corvos.