O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 27 de março de 2008

Um dia parti sem saber

Um dia parti sem saber
Que estava então a partir
Foi quando te sorri ao escrever
A vida que urgia florir.

Um dia parti sem saber
Que estava então a guardar
Lembranças para o entardecer
Que nele far-me-iam chorar.

Um dia parti sem saber
Aquilo que não saberei
Se passaste por mim a correr
Se fui eu que parei.

Um dia parti sem saber
Estranho... sinto que não parti
Mas como se estou a morrer?
A morrer de saudade de ti.

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