sexta-feira, 14 de março de 2008
Antonio Ramos Rosa
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
ana!
houve um grupo português que musicou esse poema... é excelente!
e sempre que leio este poema, canto para mim
Qual?
Um belo poema da brasileira, Hilda Hilst...agora que é tempo de poesia e o Brasil te espera.
Se for possível, manda-me dizer
Se for possível, manda-me dizer:
- É lua cheia. A casa está vazia
- Manda-me dizer, e o paraíso
Há de ficar mais perto, e mais recente
Me há de parecer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
Tão longo como a noite.
Se é verdade
Que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
De alguns peixes rosados
Numas águas
E dos meus pés molhados, manda-me dizer:
- É lua nova
- E revestida de luz te volto a ver.
Hilda Hilst
Grande Hilda Hilst:-)! Uma mulher de tal sabedoria que parecia irma gemea do Manuelinho.
Muito obrigada, obscuro!
chamam-se linha da frente, ana!
Enviar um comentário