O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 17 de março de 2008

Ressurreição

Caros colegas de blogue e leitores do mesmo, os últimos tempos não foram fáceis e isso tornou-se notório na minha participação neste blogue.

Agora já está tudo melhor, tal é a efemeridade das crises e das não-crises.

É verdade que disse adeus, mas a vontade de continuar neste espaço é maior.

Assim, com a vossa permissão, agora ressuscito e aqui continuarei, embora de forma mais ponderada e diferente - mais calma.

Espero que a minha contribuição seja interessante.

Um bem haja para todos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Se me permites o primeiro comentário,(nem sei se tenho esse direito...) fico contente com o regresso da tua voz...


«Nem se perde o corpo ao submerger-se no mundo, nem se perde o sujeito ao descer às raízes de si mesmo (…) O sujeito deixa de aperceber-se como oposto aos objectos e o corpo deixa de ser inerte para ser sujeito (…)»
Corpo e mente trocam, por assim dizer os papéis, (…) A mente incorpora-se no mundo e o corpo faz-se consciência. Percebe-se então a unidade de fundo de tudo.»…
«todas as coisas são uma mesma coisa (elas são vazias…)»
o Amidismo refere o seguinte preceito: «Apoiar-se em si mesmo sem sair de si é incompatível com a religiosidade (…) o caminho da religiosidade apoia-se na lucidez da própria contradição e vive na receptividade radical de deixar-se amar e salvar».

Anónimo disse...

Anónimo
Camélia
Do descontentamento nasce aquela voz que fez o mundo...
Som belo de entendimento louva a volta dum irmão fraterno

sem as inquitações própias dum ser humano que asssume as suas duvidas aliada a uma simplicidade genuina não teria sentido o seu regresso.
Saudades dum lugar sem nome