... Nao quero encher-vos a paciencia em demasia, mas queria chamar-vos a atencao para esta citacao de um texto desconhecido que alguem deixou na seccao de comentarios.
Desculpem se as minhas palavras tem ultimamente parecido muito amargas, mas e que estou numa fase em que questiono o valor e a utilidade dos "intelectuais" (eu incluida) e das ocupacoes ligadas a vida da mente.
Na melhor das hipoteses podemos ser bons mentores e ajudar que outros realizem os seus sonhos (ja diz aquele proverbio Americano que "quem pode, faz. Quem nao pode, ensina ou escreve."). Na pior das hipoteses, somos talvez a classe mais inutil a face da Terra.
«O saber não é um sistema de tapa-buracos. Por isso, aqueles que parecem saber tudo, ou saber muito, como quem colecciona cromos e anseia completar o álbum já pensando no próximo, nos sufocam porque são um muro sem poros - a-poros, ou seja, «sem saída» (aporia) - para os outros. Mas, olá, também são para eles. E só sobrevivem porque o seu pensamento-prótese-inteligível já está morto. E vivem com ele como companhia. Pensamento feito simulacro («phantasma» em grego) que, porque sem se dar conta disso se supõe - como puro inteligível - seu inimigo (do simulacro). Saber e pensamento frios que não respiram. Ou respiram muito mal. De tão mofos que estão. Eis o pensamento e o saber de sebenta. Não há vacinas para isto. Pode-se contrair e curar. Mas há doentes crónicos. Zombies que andam por aí. Ou cyborgs antiquados que converteram o pensamento dos "fundamentos últimos" numa prótese inteligível. Fazendo-se filhos adoptivos de Platão. Cujo saber e pensar se filiaram definitivamente no sabido e no pensado.»
Mas quando esses funcionários taparem todos os buracos, cuidado, pois é a nós que eles - os de pensamento morto e frio - querem sufocar.
Atiram para cima da gente um muro de pedra disfarçado de ar e um muro de ar disfarçado de pedra. Mas o problema não é o muro de pedra ou o muro de ar..."
1 comentário:
Por isso mesmo.
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