domingo, 23 de março de 2008
Poema
Sempre que pensares em mim
Esteja eu onde estiver
Sinto que sou, existo e atendo
Neste mundo que não compreendo
Vou-te lembrar, se por ora esqueces
Imenso sentimento, quanta energia forneces
Sempre que pensar em ti
Estejas tu onde estiveres
Hás-de pensar se tu quiseres
Que neste mundo tão carente
Amizade se faz com gente
Gente digna, firme e contente.
Pensamos, fazemos, gritamos firmemente
Oh!, que Alegria sentir bem cá dentro
Bato-te à porta, espero, não entro
Abres teus braços, apertas-me forte
Lágrimas, saudades, forte emoção
Pra uns é Amor, pra mim é paixão.
Sempre que pensamos em nós, é diferente
Será que os outros não vêem também
Precisamos de todos de toda a gente
E de força lá do além.
Vistos, conhecidos, amigos, amados
Bem distintos, todos cromados
Valentes e fracos com o mesmo valor
Prestamos contas a Nosso Senhor
Enquanto vivos, soberbos, vingativos
Sentimentos negativos que teimamos conservar
Por vezes esquecemos e cuspimos para o ar
Então meus amigos pra quê olvidar
Tudo se acaba iremos morrer
Não há mais retorno, nem arrependimento
Tudo se acaba, a vida, nesse momento.
Quero pensar em nós que amamos
Esqueço aqueles que não lembramos
Perdoo os outros que perdemos
Então sim, conquistaremos!
João Marques
25 de Janeiro de 2008
(poema enviado por António Cândido Franco; o autor é recluso no Estabelecimento Prisional de Leiria).
Esteja eu onde estiver
Sinto que sou, existo e atendo
Neste mundo que não compreendo
Vou-te lembrar, se por ora esqueces
Imenso sentimento, quanta energia forneces
Sempre que pensar em ti
Estejas tu onde estiveres
Hás-de pensar se tu quiseres
Que neste mundo tão carente
Amizade se faz com gente
Gente digna, firme e contente.
Pensamos, fazemos, gritamos firmemente
Oh!, que Alegria sentir bem cá dentro
Bato-te à porta, espero, não entro
Abres teus braços, apertas-me forte
Lágrimas, saudades, forte emoção
Pra uns é Amor, pra mim é paixão.
Sempre que pensamos em nós, é diferente
Será que os outros não vêem também
Precisamos de todos de toda a gente
E de força lá do além.
Vistos, conhecidos, amigos, amados
Bem distintos, todos cromados
Valentes e fracos com o mesmo valor
Prestamos contas a Nosso Senhor
Enquanto vivos, soberbos, vingativos
Sentimentos negativos que teimamos conservar
Por vezes esquecemos e cuspimos para o ar
Então meus amigos pra quê olvidar
Tudo se acaba iremos morrer
Não há mais retorno, nem arrependimento
Tudo se acaba, a vida, nesse momento.
Quero pensar em nós que amamos
Esqueço aqueles que não lembramos
Perdoo os outros que perdemos
Então sim, conquistaremos!
João Marques
25 de Janeiro de 2008
(poema enviado por António Cândido Franco; o autor é recluso no Estabelecimento Prisional de Leiria).
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3 comentários:
Caro Paulo Borges,
Tomo a liberdade e a responsabilidade de juntar a esse poema, outros de outros tantos reclusos que mos confiaram e aos quais presto a minha homenagem.
Que bom ouvir falar do Cândido, um amigo.
Aqui seguem:
O meu sonho
Hoje tive um sonho
Queria ser um pássaro.
Mas a inquietação que esta solidão me traz
Não me deixa ter paz.
Mas dentro do meu coração vive a esperança
De um dia poder ser livre, só espero que não seja tarde.
É no silêncio que me renasce a vontade de viver.
E fico na ansiedade à espera de acontecer.
Quem me dera poder voar
O meu sonho!
Joaquim E.M. Bogadinho
Sem Título
Despertei
Com muita inquietação,
de um sonho
Em que reinava a solidão.
Não havia paz
E nem vi o pássaro chamado liberdade,
No meu coração apenas silêncio,
somente amargura.
Olhei para a minha alma
E foi aí que vi a esperança.
Porque no fundo
Dentro de nós vive uma criança.
Luís Almeida
A Paz
Numa noite de muito silêncio
estava no mar.
Quando apareceu um lindo pássaro
Voando perto de mim,
Com muita inquietação por não poder pousar.
Senti que precisava de liberdade para o fazer.
Pois o meu coração sentia solidão
Por estar sozinho no mar.
Mas tenho esperança
que um dia lhe consiga dar
a paz que precisa para estar perto de mim.
Sempre que eu quiser.
Pedro Rodrigues
Solidão com limite
Eu vivia numa enorme solidão
Que era alimentada por uma grande inquietação.
Mas eu tinha um sonho que era ter um pássaro
Que fosse meu amigo.
Depois de o ter, vi que o sonho que eu tinha
não era bom para o animal
O pobre pássaro cai em silêncio total.
Foi aí que o meu coração falou mais alto...
Então entrei na realidade: vi e senti
Que ninguém tem o direito de tirar
A liberdade a outro ser.
Soltei o pobre bicho, senti-me melhor comigo próprio
E tenho a esperança que o passarinho me venha visitar.
E agora, tudo o que quero é paz.
Rui Pires
Todos eles estão bem e fora do estabelecimento prisional, o qual não menciono...
Muita Paz
Seria muito bom se vocês um dia fizessem uma antologia da poesia prisional, para mostrar ao mundo a humanidade que existe em seres que, por num ou vários momentos na vida terem "errado" (quem nunca "errou" que atire a primeira pedra) são vistos por tanta gente como sub-humanos.
E por vezes andamos "reclusos" "cá fora" e com tanta humanidade "lá dentro"!
Não basta sonhar, há que viver num mundo em que o Espírito Santo derrube as prisões e torne a vida plena em cada recanto do mundo.
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