O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 12 de março de 2008

as bird wings

"Your hand opens and closes
and opens and closes
if it were always a fist
or always stretched open
you would be paralysed;
your deepest presence is in
every small contracting and expanding
the two as beautifully balanced and coordinated
as bird wings"

Rumi

3 comentários:

Anónimo disse...

Após a cegueira luminosa de Pluma Alada é este um belo poema, que nos liga àquele outro do antigo Egipto:

"Tantos anos leva o pássaro na gaiola que pode hoje voar além das nuvens"

Paulo Borges disse...

Sístole e diástole: somos e não somos, somos não sendo, não sendo somos.
Mas o que mais importa não será o espaço vazio que permite que a mão se abra e feche ? Esse espaço íntimo à própria mão e da sua forma inseparável ?

luizaDunas disse...

Ainda bem que vieste Amigo porque andei distraída da Cegueira Luminosa da Pluma Alada que fui ler de seguida. Que bom, que vislumbre o teu, Pluma.


Paulo,
Fizeste-me recordar os três tempos da respiração: inspira, expira, pausa. Fui até à pausa, depois de inspirar e expirar, para ver como era. E não me apressei. Vejo na pausa o espaço vazio que referes que permite que a respiração se realize, íntima, e concretize, total.
Este espaço vazio é de frequentar.