O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Homenagem a Luiz Pacheco, na hora da sua partida

“Essa coisa chamada “cadáver”, que nos mete tanto medo, vive connosco, aqui e agora” - Milarepa.
Sim, podemos ver-nos já cadáver. Este corpo e rosto que tanto prezamos, base de todo o nosso apego a uma identidade própria, base de toda a percepção iludida de nós e do mundo, podemos vê-lo desde já hirto, frio e nauseabundo. É isso que nos liberta e nos pode fazer, desde já, passear pelo mundo, libertos de nós e do mundo, o nosso incorruptível esplendor !
Saúde, Luiz, e que agora mesmo te reconheças na Luz que não conhece morte nem vida !

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