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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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11 comentários:
Sim, também no silêncio habita a sede... Por vezes a mais intensa. Poderá em silêncio se desalterar?
Em silêncio, olho-te nos olhos, sorrio-te e abraço-te.
"Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.
Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!
Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme."
Fernando Pessoa
Ponho no firmamento a voz. E digo ao seu ritmo: imobiliza-te. Quando o espelho da outra voz se aproximar, sorrirei, apenas. E com a alma. Seremos uma clareira. Um alargamento do firmamento. É para lá que diriges o olhar, quase desde o teu primeiro elogio à luz da cidade que aqui nos deixaste ao passar perto do S. Carlos. É por isso que mereces um bosque.
Gostei muito Anita, deste poema, sobretudo dos dois primeiros versos."Talvez um dia...encontres o que queres porque o queres." É magnífico! e oportuno na questão de algumas sedes.
É possível desalterar-se no Silêncio qualquer sede, Paulo. No entanto, há sedes que anseiam pela água de uma certa Fonte, uma gota apenas e o Universo vibra de Alegria, não é por "outros recursos" nem saciedade que clamam.
Venha o Bosque, Isabel. Ai que sede!
Abraço-vos
Não será a sede a Fonte que se não sabe?
Tens razão não é evidente mas o que busco (a minha sede) é a palavra inequívoca que proporcione o entendimento perfeito( o diálogo cristalino), a união total tanto na concordância como na discordância.
Ana,
Na concordância ou na discordância... diálogo, cristalino, união total: "Two hearts, One soul"
Compreendo, mas diria que união supõe separação. Não será melhor buscar o que não pode ser unido por não poder ser separado... e vice-versa? Mais do que buscar, repousar nisso.
Para mim, a Sede não implica uma Busca.
Concordo. Assim a Sede pode revelar-se Sede (lugar onde nos sentamos e somos) e desocultar-se Fonte.
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