O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 20 de março de 2010

ENTARDECER



cai a chuva de enxurrada
sobre este final de dia
enchendo tudo de nada
- que é de onde o tudo se cria

4 comentários:

Anónimo disse...

Que belo e feliz poema!
Apesar do dia chuvoso, a Primavera já enTrou!

Um beijinho, Platero

platero disse...

Saudades
Julgo que é uma das tais coizinhas (?) que funcionam. Fiz hoje. Tinha pensado dedicar ao Paulo Borges, por quem, como tu, tenho consideração intelectual

É muito bom conhecer a tua opinião

beijinho

guvidu disse...

excelente poema!

a água em todo o seu potencial de vida e morte, beleza e devastação, êxtase e amedrontamento.

bj aos 2 :))

platero disse...

Fragmentus

É bom que tenha gostado
Obrigado por isso e pelo beijo

Outro