O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 3 de março de 2010

Aqui onde todos os sorrisos confundem-se num só cabemos todos em menos de um metro quadrado.
Resguardo-me na serpente como se ela fosse abrigo de gente.

6 comentários:

Nuno Maltez disse...

A vida verte forte, eterno é o corte
umbilical, real abismo sem sorte
desnorte, sem eufemismo, alheio
a quem o exorte, nada, nada é de permeio,
nada é premiado, sem tristeza ou agrado
apenas queda sem espaço, sem aperto, sem laço
cai, cai como rochedo, vai em passagem, sem sim, sem medo
da viagem.

Anónimo disse...

Medo de quê se a morte é de todos? A queda também.

Magno jardim disse...

A Hora !

Valete Frates

Anónimo disse...

Ó pá! Vai enfiar a carapuça a outro!

ethel disse...

abrigo de gente - refila a serpente!

João de Castro Nunes disse...

Conversa de parvos!
E nisto... que se está a transformar a serpente. Que pasmo! É Hora... de fechar a loja, carago! JCN