O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 30 de março de 2010

Quanto mais de perto olhamos para uma palavra, tanto mais de longe ela nos devolve o olhar"

- Karl Kraus, Pro domo et mundo, Munique, 1912.

3 comentários:

Isabel Santiago disse...

Por isso gosto tanto de olhar para elas...gosto do longínquo de onde nos olham...

Anónimo disse...

Porque as palavras são como frutos de uma árvore. Se olhamos o fruto este nos devolve a árvore... e o recorte da montanha, para além da névoa, para além do que nos viaja, as palavras convocam o olhar para o que nos é distância, o não dito, o nó invisível da significação das "rosas" ou do Amor...

Já me afastei do que era para comentar, fui com a palavra, ela me trouxe de regreso!

Um beijo, daqui, Isabel e Paulo.

Unknown disse...

Sublime!
1 Abraço para o Paulo.
Grata pela partilha: desconhecia a frase.