O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 29 de março de 2010

Saudade

Tudo se perde para o reencontro.

4 comentários:

Anónimo disse...

Tudo.
Nada.
...

Paulo Borges disse...

Tudo perder é reintegrar o nem perdido nem achado: sagrado.

Anónimo disse...

Também penso que seja, Paulo.
Reintegrar ou, me parece, religare. Em certo sentido, ligar
o que é sagrado, devolvê-lo à sua matriz sagrada...

Nesse não lugar sagrado é Origem. Nesse a Saudade nos liberta, sagra o que é Matriz...

Preciso de pensar... quando o que deveria fazer era exactamente o oposto...

Um Abraço, Paulo

Isabel Santiago disse...

Querida Luiza,

um perder que é, no fundo, o maior ganho. Impaciente como ando direi que demora é muito...

...como receber e dar abraços e os braços a quem nos levanta do chão, da terra ainda húmida onde tudo se funde, lágrimas, águas, deuses, homens e animais, plantas e sei lá eu os nomes do que encontro comigo no chão.

Um reencontro, também. Na queda há um profundo reencontro com a matéria, connosco e com o que ainda somos.