O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 29 de março de 2010

Como te escrever com a luz viva dos faroleiros
se ainda ontem me despenhei contra o tempo

como acreditar no ar que toco
se celebro todas as coisas num só delírio

se agisse numa força eléctrica dentro do que sou
perguntar-te-ia: por que escutas (n)o silêncio?
e tu dirias: para entender melhor tuas palavras

1 comentário:

Anónimo disse...

(Deixe que leve as suas palavras um pouco comigo e no meu ritmo:)

Contra o tempo desenhei a luz viva
da escrita do ar e dos faroleiros

Crer no ar que num delírio toco
E celebro o todo em toque e céu e sopro

Como se um impulso que fora de luz e relâmpago
Perguntar-te-ia: porque no silêncio ouves a escuta?
e tu dirias: Para ouvir o entendimento;
Para escutar melhor as tuas palavras.

(Assim as ouvi em mim e agradeço...)

Um abraço e um bom dia com Poesia.