O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 4 de julho de 2009

notícia de funeral de indigente

.....conduzido à sua última

(e primeira, acrescentamos nós)

morada

12 comentários:

indy disse...

“Muito jovem, estava eu na ponte,
Em plena noite sombria.
Veio de longe o canto:
Na trémula superfície,
Gotas de ouro deslizavam.
Gôndolas, luzes, música –
Ebriamente para o crepúsculo vogavam…

Qual lira, a minha alma
Canta para si, por mão invisível tangida,
Uma secreta canção de gondoleiro, e vibra de guarrida ventura.
Alguém a ouviria?...”

Nietzsche Ecce Homo

Anónimo disse...

pontuação a mais
falta-lhe a palavra pura

Anónimo disse...

ainda criança estava eu na ponte
em plena tarde morrendo
veio de dentro o canto
da eterna superfície
gotas de ouro vertiam
loucura
logo se desvanecendo no nada

qual rubro rubor o meu coração
canta para ti
por ti
a eterna louca canção
de perdição vibrando

ouvi-la-ás?

roubando palavras disse...

Sombria a ponte
Desliza na gôndola de ouro
Do gondoleiro invisível
Trémulo de música e ventura

Tanjo para ti
O veio secreto da alma
Lira do crepúsculo
Plena de noite
Ébria de luz
Soando gota a gota
A eterna voz do tempo
No canto em que me perco
E ninguém ouve.

Anónimo disse...

muito bonito, roubando palavras.

Kleeptomaníaca disse...

Roubei e foi bom!

valsa disse...

e Ela viu que era bom..........

concha disse...

Subia o monte
De Liza de pêndulo d'oiro
Do penduleiro risível
Tremo a unha de musas, aventuras

Anjo para mim
Veio secreta da alma
Liza do crepúsculo
Pleno desnorte
Coberto de luz
Suando gota a bota
Oh!, ternos avós do tempo
Nu canto em que me perco
Alguém, ovo.

tango disse...

Isso, goza, ai, goza...

Penduricalho disse...

Tão badalão...

avozinho disse...

Subia o pêndulo
Pelo monte da Liza
Coberto de tremuras
O porco gondoleiro
Que queria aventuras

Anjo sem asas
Veio secreto
desnorteado e suado
deslizando incorrecto
a mão tangida de gotas garridas
e nu movimento invisível
pôs um ovo risível
vê bem tu
pelo olho du...

Ouviu toda a malta
No alto da ribalta!

platero disse...

na minha terra chamava-se "indez" ao ovo que se punha no galinheiro, entre a palha, para induzir as galinhas a porem. Mesmo que houvesse 4-5 ovos a retirar ao fim do dia, deixava-se sempre o tal index(z)
Vejo, entre satisfeito e desiludido, que é para que servem as palavras que "ponho" neste Bloger. Abraço aos comentadores