domingo, 12 de outubro de 2008
vaga solta
o mundo todo numa chama
perdido está quem ama
secretos os anseios da escuridade
solta e perdida
a amargura e a saudade
tudo envolto na perdição de não ver
o fim e a consolação de acabar
solta no fundo do fundo do mar
rodopio e pedra perfurada
o coração submerso na transferência do nada
que move as raizes dos cardos
para o fundo para o avesso do chão
solta sem peso nem brandura
nem alvor nem morte nem torrente
vaga onda de lava
vagarosa e potente
as asas quase ainda só nervuras na pele percutida
pelo fulgor ferrugento do tempo não passado
e os pés plantados por cima da sombra duma macieira
todo o universo em perfume é maçã e apodrecimento
vaga secreta flama
secreta e rumorosa
agita-se ao fundo o que a sede regurgita
na alameda do jardim de não ter sido
presença apenas na pele do visível
planura rasura amarelo e assim
em breves luas se entorna
prenhe de estrelas e frio estatelado nas folhas de malva
na noite quase debruada a azul e continuação
secreta vaga que nada sustém
a voracidade vestida de branco como de manhã e gaze
uma alma
já sem quem
ainda amante e quase
o mundo todo numa chama
perdido está quem ama
secretos os anseios da escuridade
solta e perdida
a amargura e a saudade
tudo envolto na perdição de não ver
o fim e a consolação de acabar
solta no fundo do fundo do mar
rodopio e pedra perfurada
o coração submerso na transferência do nada
que move as raizes dos cardos
para o fundo para o avesso do chão
solta sem peso nem brandura
nem alvor nem morte nem torrente
vaga onda de lava
vagarosa e potente
as asas quase ainda só nervuras na pele percutida
pelo fulgor ferrugento do tempo não passado
e os pés plantados por cima da sombra duma macieira
todo o universo em perfume é maçã e apodrecimento
vaga secreta flama
secreta e rumorosa
agita-se ao fundo o que a sede regurgita
na alameda do jardim de não ter sido
presença apenas na pele do visível
planura rasura amarelo e assim
em breves luas se entorna
prenhe de estrelas e frio estatelado nas folhas de malva
na noite quase debruada a azul e continuação
secreta vaga que nada sustém
a voracidade vestida de branco como de manhã e gaze
uma alma
já sem quem
ainda amante e quase
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4 comentários:
Quando a palavra se alia à fotografia...
Belo.
E bela a fotografia!
Abraços
Lugar Comum
"Beira do mar, lugar comum
Começo do caminhar
P'ra beira de outro lugar
Beira do mar, todo mar é um
Começo do caminhar
P'ra dentro do fundo azul
A água bateu, o vento soprou
O fogo do sol, o sal do senhor
Tudo isso vem, tudo isso vai
P'ro mesmo lugar
De onde tudo sai"
Gilberto Gil
http://www.youtube.com/watch?v=BcmsRsgDL2I&feature=related
Abraço de maresia! :)
Vergilio, o culto do belo... é o que mais importa.
:)
Anita: tua a maresia! Que bem que sabe!
:)
de-vagar se vai ao longe
:)
de vaga em vaga, de espuma branca e alma solta, de rebentação de tudo o que está dentro em vem de fora. É para fora que tudo regressa depois da rebentação... das vagas, das águas, de nós mesmos a rebentar pelas costuras
:)
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