e o magnífico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu resplendor.
Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria - na metáfora -
necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,
um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.
2 comentários:
BonDia Vergílio,
Li agora o poema. "A exaltação do mínimo" "um diminuto berço" é isso, a gota que devolve à sede a Perfeição, a Plenitude, enfim. (não a sua saciedade).
Este comentário articula com os da "sede silente".
Agora, por acaso, surgiu-me uma passagem de "o Deus das pequenas coisas", acredito tê-la presente mas não a consigo recordar e livro não o tenho aqui. Certo que é qualquer coisa como a admiração pela ínfima beleza demais esquecida, por nós, dentro de nós… por aí...
Sendo a gotinha o próprio berço (o que acho lindo de comparação) a partir do qual são exaltados todos os "mínimos" então a gota é em si, um universo de infinitos significados, infindáveis proposições. A gotinha é sem dúvida o elemento primordial, que "necessária e leve a cada um" se dá a saciar!
É bonito:)
A gota vê-se metáfora.
A gota, unitária, "ente magnífico" que nos embala e recolhe para um berço regenerador, um canto, um estado de alma que, sendo para nós individual, é o único espaço da restituição da forma, da mente... essa porta aberta de onde tantas vezes se pede protecção.
Sede saciada e uma garrafa cheia de metáforas, mas sem água... uma gota era o bastante.
Gostei muito Luiza, foi-me difícil arranjar as palavras "certas" para não cair dentro do meu inexistente.
Uma sede Silente.
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