terça-feira, 28 de outubro de 2008
Dos Arquétipos do Ideal Português às Instâncias da Realização de Si - VI
Nau
Nau é o que somos quando não presumimos ser alguma coisa. Nau é o corpo e a mente em que navega no oceano do mundo o piloto que não há. Que acreditamos haver quando não o procuramos, mas que, vendo bem, se não encontra na espuma das formas, sensações, percepções, conceitos e consciência que supomos unificar. Porque, como vimos, não há ser mas devir, o sujeito da viagem é a própria viagem, sem sujeito.
E assim a nau se revela o próprio oceano. Só assim, naufragando, afundando e afogando a ideia de sermos idênticos ou diferentes, nos salvamos do andar à deriva e do errarmos sem fim nem encontro, de ilha para ilha, de porto para porto, de ilusão para ilusão, verdadeiro Navio Fantasma, nesse outro e mesmo oceano da nossa inconsciência de o sermos. De sermos Tudo-Nada, Todo o Mundo-Ninguém. Todo o mar em todas as ondas.
Para que a nau seja a própria via é necessário que navegue sem bússola, remos, velas, leme, timão ou quilha. Levada pela ondulação e pelo vento de nada saber nem imaginar, de nada querer nem rejeitar, de a nada ser indiferente. Antes infinitamente sensível. A todas as terras e céus, a todas as paisagens, a todas as vagas, a todos os ventos. A todas as tempestades e bonanças. A todas as direcções e horizontes do não os haver.
Disponível para todo o Mar.
Nau é o que somos quando não presumimos ser alguma coisa. Nau é o corpo e a mente em que navega no oceano do mundo o piloto que não há. Que acreditamos haver quando não o procuramos, mas que, vendo bem, se não encontra na espuma das formas, sensações, percepções, conceitos e consciência que supomos unificar. Porque, como vimos, não há ser mas devir, o sujeito da viagem é a própria viagem, sem sujeito.
E assim a nau se revela o próprio oceano. Só assim, naufragando, afundando e afogando a ideia de sermos idênticos ou diferentes, nos salvamos do andar à deriva e do errarmos sem fim nem encontro, de ilha para ilha, de porto para porto, de ilusão para ilusão, verdadeiro Navio Fantasma, nesse outro e mesmo oceano da nossa inconsciência de o sermos. De sermos Tudo-Nada, Todo o Mundo-Ninguém. Todo o mar em todas as ondas.
Para que a nau seja a própria via é necessário que navegue sem bússola, remos, velas, leme, timão ou quilha. Levada pela ondulação e pelo vento de nada saber nem imaginar, de nada querer nem rejeitar, de a nada ser indiferente. Antes infinitamente sensível. A todas as terras e céus, a todas as paisagens, a todas as vagas, a todos os ventos. A todas as tempestades e bonanças. A todas as direcções e horizontes do não os haver.
Disponível para todo o Mar.
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8 comentários:
A nau não será aMar?
Será por isto que Portugal é um Navio Fantasma?
Sim, mas não é por isto. É por Isso.
Paulo,
com um vento destes dentro de um texto destes, quero dizer nau destas, vamos mesmo pelos ares, é o desnorte. Que bolina fantástica...esperamos por amanhã, para nos afogarmos no Mar.
Sente-me como uma carícia na pele. E a afoga-te consolada... e afaga-te também!
Afogada e afogueada me consolo do mais puro enlace na alvorada!
Este blogue vai ao fundo
de tão cheio de mundo
Yes, to dance beneath the diamond sky with one hand waving free,
Silhouetted by the sea, circled by the circus sands,
With all memory and fate driven deep beneath the waves,
Let me forget about today until tomorrow.
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