sexta-feira, 11 de julho de 2008
Futuro primeiro, Passado depois
Em dia de nevoeiro, escrevo pela primeira vez neste blog.
Lembro-me de ficar a ver o nevoeiro horas a fio, de observar o seu movimento.
É uma experiência engraçada, ver como se movimenta uma massa de água suspensa no ar.
Deixo aos leitores um texto de desejos para o futuro, primeiro, e para o passado, depois.
Que o dia amanheça e escureça,
que a casa tenha porta e janela,
que a luz desça e mostre a cor,
que o escuro não seja nunca o único lugar,
que cada lugar seja de alguém, um dia,
que sempre haja uma espécie de líquido que nos envolva por fora e por dentro,
que o chão que piso seja o tal apoio para as quedas e para os caminhos,
e que os caminhos sejam sempre muitos, mas um só, ao mesmo tempo.
Que de palavras se encham as folhas de papel, livros, blocos, blogues,
que hoje tenha sempre um ontem e um amanhã,
que o amanhã faça o anteontem ter parecido um dia e seja mais do que isso,
que estrelas brilhem no céu, nas ribaltas, nos olhos,
que pulsações sejam sentidas a galope dentro dos peitos deste mundo,
que os sorrisos vindos de dentro se vejam cá fora,
e que o que julgo que sejam sentimentos falem sempre mais alto e, ás vezes, gritem.
Que haja sempre luz daquela que ilumina e nos deixa ver mais claramente,
que os povos habitem os espaços em harmonia,
que o sol permita os regressos e as partidas, mas nunca para sempre,
que possamos ouvir mais sons e emitir menos ruídos,
que gostemos de outros ao mesmo tempo que não gostamos disto ou daquilo,
e que tenhamos tempo para podermos partilhar qualquer coisa com cor, com sabor, com cheiro, aparência, melodia, qualquer coisa que se sinta.
Que espíritos se soltem, dancem e sonhem,
que alguém em conjunto com alguém possa construir,
que toda a construção humana e espiritual, material e imaterial, dê frutos,
que todos sejamos crianças contentes em dias de sol,
que sempre rebentem ondas salgadas aos nossos pés,
que as tempestades por que passamos sejam breves e passageiras,
que as bonanças sejam só as calmarias da alma e do coração,
e que alma e coração possam juntos ser sempre o mais importante das nossas vidas.
Que tenhamos imagens de sobra para ver e lembrar, para mostrar e para fazer de novo,
que um seja sempre equivalente a outro, ou a dois,
que o conjunto e as partes sejam o pé que sustenta o corpo, a mão que abre, o braço que estende,
que o corpo seja um nenúfar e se suspenda na água,
que cada ponto do universo tenha um ponto correspondente,
que objectos especiais tenham lugares especiais ou corações especiais onde habitem,
que cada um tenha uma janela favorita para olhar, para espreitar, para abrir e fechar,
que os olhos vejam sempre mais além, mais por cima das nuvens, mais depois dos montes,
e que nem sempre tudo seja o que os olhos vêem, mas antes o que a alma sente.
O texto original foi publicado no meu blog em Fevereiro.2008
Prometo não me repetir de novo, mas achei que devia começar desta forma.
Lembro-me de ficar a ver o nevoeiro horas a fio, de observar o seu movimento.
É uma experiência engraçada, ver como se movimenta uma massa de água suspensa no ar.
Deixo aos leitores um texto de desejos para o futuro, primeiro, e para o passado, depois.
Que o dia amanheça e escureça,
que a casa tenha porta e janela,
que a luz desça e mostre a cor,
que o escuro não seja nunca o único lugar,
que cada lugar seja de alguém, um dia,
que sempre haja uma espécie de líquido que nos envolva por fora e por dentro,
que o chão que piso seja o tal apoio para as quedas e para os caminhos,
e que os caminhos sejam sempre muitos, mas um só, ao mesmo tempo.
Que de palavras se encham as folhas de papel, livros, blocos, blogues,
que hoje tenha sempre um ontem e um amanhã,
que o amanhã faça o anteontem ter parecido um dia e seja mais do que isso,
que estrelas brilhem no céu, nas ribaltas, nos olhos,
que pulsações sejam sentidas a galope dentro dos peitos deste mundo,
que os sorrisos vindos de dentro se vejam cá fora,
e que o que julgo que sejam sentimentos falem sempre mais alto e, ás vezes, gritem.
Que haja sempre luz daquela que ilumina e nos deixa ver mais claramente,
que os povos habitem os espaços em harmonia,
que o sol permita os regressos e as partidas, mas nunca para sempre,
que possamos ouvir mais sons e emitir menos ruídos,
que gostemos de outros ao mesmo tempo que não gostamos disto ou daquilo,
e que tenhamos tempo para podermos partilhar qualquer coisa com cor, com sabor, com cheiro, aparência, melodia, qualquer coisa que se sinta.
Que espíritos se soltem, dancem e sonhem,
que alguém em conjunto com alguém possa construir,
que toda a construção humana e espiritual, material e imaterial, dê frutos,
que todos sejamos crianças contentes em dias de sol,
que sempre rebentem ondas salgadas aos nossos pés,
que as tempestades por que passamos sejam breves e passageiras,
que as bonanças sejam só as calmarias da alma e do coração,
e que alma e coração possam juntos ser sempre o mais importante das nossas vidas.
Que tenhamos imagens de sobra para ver e lembrar, para mostrar e para fazer de novo,
que um seja sempre equivalente a outro, ou a dois,
que o conjunto e as partes sejam o pé que sustenta o corpo, a mão que abre, o braço que estende,
que o corpo seja um nenúfar e se suspenda na água,
que cada ponto do universo tenha um ponto correspondente,
que objectos especiais tenham lugares especiais ou corações especiais onde habitem,
que cada um tenha uma janela favorita para olhar, para espreitar, para abrir e fechar,
que os olhos vejam sempre mais além, mais por cima das nuvens, mais depois dos montes,
e que nem sempre tudo seja o que os olhos vêem, mas antes o que a alma sente.
O texto original foi publicado no meu blog em Fevereiro.2008
Prometo não me repetir de novo, mas achei que devia começar desta forma.
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5 comentários:
:)
Bem vinda ! E que seus cantos sejam libertadores !
Obrigada aos dois 'Paulos'
:)
Agradeço todos os desejos belos que nos deixou.
Ainda bem que canta bem...
Assim, mais do que um blog...teremos um coro e finalmente alguém para nos ensinar a cantar.
É suposto uma Sereia* cantar bem, eu sei...
Mas a minha voz reduz-se a esta mesmo... de palavra e som, mas escrita.
A voz, essa, é sempre a de quem lê e nunca a de quem escreve
:)
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