domingo, 20 de julho de 2008
Fui Eu Que Vi
Fui eu que vi a gaivota que partiu, levando no bico o tempo que passa.
A gaivota voava e ninguém a alcançava.
Fui eu que vi a pomba branca a voar.
Trazia nas asas a esperança infinita
de um mortal que grita e se agita.
Nas suas asas brancas, a esperança caminhava e ninguém a apanhava.
Vi também o adormecer da borboleta colorida,
com asas de seda e de cetim,
da cor da alma que duvida,
da cor da dor e da alegria que há em mim.
Adormeceu, como que a sorrir, de tão pouco sonhar e nunca ganhar.
Fui eu que vi partir a escuridão,
contida numa nuvem de verão,
que deixou reinar a claridade circular.
Partiu e, com ela, fugiu a angústia e a raridade de ser e de não ser.
Vi sorrir a água e cantar a mágoa
do ar que respiro da paz de viver.
(Fui eu que vi)
Sereia*
Era dia 27 de Abril de 1997... quando escrevi este texto.
Não sei o que me deu para revelar aqui e hoje, uma parte da minha adolescência.
Sim, é um texto de adolescente que, obviamente, nunca foi publicado sob qualquer forma existente de publicar o que quer que seja.
Sempre gostei de poesia e achava que podia combinar palavras à minha maneira e chamar-lhes poemas...
Hoje estou 'práqui' virada :)
Melhores dias virão :)
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2 comentários:
Achei lindo o teu poema, um autêntico canto de Sereia. Podia ouvi-lo perfeitamente a ser cantado por um dos meus amados Jobins, ou Caymmis...
Grata pela partilha.
Obrigada,
Também sou fã do Jobim e do Caymmi
:)
Nunca imaginei essa situação com nenhum dos meus textos.
Mas fico muito grata pela associação das palavras a esses sons.
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