O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 5 de julho de 2008

Veladoras Saudosas




a ouvir o rumor antiquíssimo do mar




2 comentários:

Paulo Borges disse...

Tão enigmáticas e belas,
como delas falar !?
Nelas vela saudoso
um fundo e imenso pasmar

Anónimo disse...

À espera dos pássaros, ela olha o azul celeste. Fica azul.
À espera do céu, ela sente-se céu. Fica azul.
À espera da noite, anoitece e ensandece, sem estertor e ou dor. Fica azul.
À espera da corrente do Danúbio e das margens, escutando a música e perturbando o ténue murmúrio...ela escuta Strauss e fica azul.
À espera do Amor e de Eros, sem fio e depois do labirinto, cavalgando no seu corcel sobre o Egeu, fica azul
(...)
Um rosto é uma expressão fugidia da passagem de Deus pela forma que pode ser todas as formas na intensa formulação de traços e tons. Um rosto é um cenário de transfiguração. Será que é nele que se dá a abertura para os Homens antigos com asas?