"É a Língua que descobre territórios para a alma, descobre o que está para além das fronteiras do dito e do constituído como sentido e significação intemporal que um conjunto de falantes já tinha como acervo e prática dialogante, e como compreensão de si e da vida. A Língua alarga não o espaço real e físico, mas o espaço da comunhão e da revelação do que somos independentemente do espaço e do tempo em que nos encontramos."
É por isso que é preciso prezar quem cuida da Língua, quem a alarga, quem a distende, quem não a manipula, porque são esses que fornecem os mecanismos constitutivos da identidade e da comunhão: os poetas e os pensadores. Para que a vida não seja a mecanização e a subserviência às leis da produção e do consumo enquanto fonte geradora de riqueza e destruidora do planeta (a única riqueza). A esta hora o nosso primeiro ministro dá uma entrevista na RTP; quem aposta que nem uma única palavra será pronunciada sobre a Cultura?
2 comentários:
Hoje em dia uma condição importante para se subir na vida e, sobretudo, na política, é ser-se insensível e inculto, entendendo-se por cultura a formação integral presidida por uma visão desegoízada e não utilitária do mundo... Não admira que um tecnocrata não fale de Cultura.
A «revelação e a comunhão» é tudo o que os nossos políticos esqueceram ou de que nunca se lembraram. A língua que falam não pode ser a mesma Língua que Isabel
refere.
Como diz o Paulo, não pode ter para eles qualquer utilidade. Os seus propósitos são outros bem diversos...
Enviar um comentário