O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 29 de julho de 2008

A Língua Portuguesa é o ar que deseja ser novamente mar

O pensamento, por ser demasiado sofis-ticado para ser usado nesta realidade, visto ela apenas ser física, é incapaz de a substituir, não podendo ocupar-lhe o lugar, por não poder ocupar espaço algum. A loucura do Homem é querer conduzir os destinos do mundo através de um leme que não existe: a mente. Persistindo o que sempre apenas houve como guia: o vento que sopra e o mar que move. O pensamento humano é essa brisa que se desloca no ar, e que o mar do sentimento dilui, por ter sido ele que a criou, o mesmo mar que corre no corpo da realidade... sopra o vento das ideias nas velas ao sabor-saber do mar do corpo.

3 comentários:

Paulo Borges disse...

Mens ag(itat) (mol)em: só o que não existe a tudo move.

Unknown disse...

Move o que não existe, existindo... o mar do amor... que não tem forma, dando a forma, que não vive, dando a vida, estando em tudo, sendo nada.

Unknown disse...

Só na mente se pode ver algo não existir - os olhos não.