O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Vive simplesmente, acima de quaisquer crenças... Deixa-te ir na grande corrente do Universo.

3 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João de Castro Nunes disse...

Tirou-me a expressão da boca! JCN

Anónimo disse...

Deixa-te ir na grande corrente do Universo...
Larga as tuas crenças e parte à procura de Shambhala...

Escreve o jesuíta Estevão Cacela aquando da sua missão no Tibete no séc.XVII: «É, porem, aqui mui celebre um reino que dizem ser mui grande, e se chama Xembala (...) Do caminho para o reino de Xembala dizem muitas dificuldades (...) e eu vou com a ajuda do Senhor procurar passar ao Reino de Xembala, (...)».
Sobre Xembala (Shambhala) escreveu Kalu Rinpoche após mencionar a sua capital denominada Kalapa: «à qual se ligam 9600000 cidades secundárias, o conjunto é chamado Shambhala e está rodeado de montanhas nevadas. Neste domínio a divindade se manifesta sob forma humana numa linhagem ininterrupta de reis tais como Sucandra que põem em movimento a roda de numerosos ensinamentos do Dharma e sobretudo do Kalachakra. Graças a isso, discípulos em número incalculável se estabelecem sob o Caminho da Libertação». Diz S.S. o Dalai Lama: «embora Shambhala seja um lugar situado algures sobre este planeta, é um sítio que não pode ser visto senão por aqueles cujo espírito e propensão kármicas são puras».
Julgo que a grande corrente do Universo, esse rio majestoso que corre eternamente no fundo infundo do nosso ser tem margens de Shambhala. Para se ir às margens desse rio, há que seguir uma via. Cabe a nós, portugueses descobridores, trilhar essa via para nos unirmos às deusas e tornarmo-nos divinos, humanos divinos... Viver simplesmente...