O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

saudades do futuro



20 comentários:

Anónimo disse...

o céu está lindo!

fragmentus

fas disse...

E a terra está grávida...

guvidu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
guvidu disse...

"Hoje pintei o céu de rosa-violeta
e deixei envolver essa suavidade, ternurenta,pela manto de terra que me incita a percorrê-lo...

Contorno as formas que dela emanam, recortando-a em sensualidade, fértil, agora semi-adormecida pelo sono invernil.


Estou só, ontologicamente só mas acompanham-me os fragmentos dispersos que me comunicam do/ao uno que me transmite luz, paz e laivos de sabedoria.

Por um instante, sou céu, brisa, terra e mar em acto de liberdade, sempre que (me)viajo na (re)descoberta de mim no/pelo/com o mundo.

Abstraio-me, e concentro-me...Sou caminhante, errante, agora envolta na doçura deste céu que me (re)acolhe em trajectos d'alma, vôos de espírito, conduzidos por um corpo, que é o meu."

discorri sobre a foto:)
grata pela inspiração

Anónimo disse...

Francisco,

Meu muito querido irmão. Estás em África "tua"? ou em Évora "nossa"?
Por aqui é Natal. Consigo vê-lo(ver-te) se espreitar pela janela?

Um abraço, estamos juntos.

Anónimo disse...

Negra e violeta, a morte sem morte, a outra coisa, o já-ainda, a outra coisa!

Anónimo disse...

No Future!!!

Anónimo disse...

Que esperam vocês do futuro, santo Deus! Que esperam vocês do tempo? Que esperam vocês da esperança?

Anónimo disse...

Gostei do retrato da tua irmã!Não conhecia nenhum dela.

Gostei do oceano que vi nos olhos dele.Estava numa fotografia.

sabes que gosto mesmo de retratos.

Anónimo disse...

Caro Anónimo insolente (ele sabe quem é),

Voltámos ao vómito, não? Julguei que esse capítulo já era passado, mas pelos vistos, ainda não vomitaste o suficiente...(Desculpa, Franciso.) Ou não sabes tu, que quando se fala para um irmão, é só para ele que se fala? Mesmo num espaço público? Deve-se, por isso, guardar respeito e a devida distância. São as regras mínimas da nenhuma eduação que recebeste.
De facto, não há futuro, para tais "caricaturas"!
Quanto ao que tu gostes ou não, que nos interessa? Há tanto tempo que suportamos aqui a tua presença inoportuna e ainda não aprendeste a comentar uma simples imagem?

Isso é que é futuro, meu "irmão"!

Anónimo disse...

Esse tom Saudadesdofuturo, não era mesmo o tom com que fiz o comentário!De qualquer modo, obrigada. Vou continuar a comentar anónima e espontaneamente, mesmo com as gralhas habituais na ortografia, sempre que o sentir fazer.Somos livres por enquanto.Pelo menos até o Professor não se lembrar de fazer moderação de comentários e não exigir a apresentação de um perfil parcial ou completo.

Não gosto muito de estar aqui com grandes justificações, mas o que queria dizer sinceramente , é que achei interessante o titulo com a imagem e lembrei-me de ti. Vi-te como uma paisagem imensa assim como vejo a grandeza do oceano por vezes nos olhos de um ser vivo.Até pareço sensível!Mas é só impressão. A última coisa em que estou interessada, é em ser uma miúda querida e doce! Mas acho bem que não liguem aos anónimos e que acabem com esta espécie inoportuna e cobarde. A ideia é mesmo essa.

Mas vê lá, se for preciso termos uma conversa olhos nos olhos, não será o meu anonimato que me irá impedir.

Unknown disse...

"Mas vê lá, se for preciso termos uma conversa olhos nos olhos, não será o meu anonimato que me irá impedir."

Bastaria, caro anónimo, olhares-te no 'espelho'. Mas não sei então o que verias. Ou se verias.

Anónimo disse...

Caro Anónimo que por acaso é Anónima,

Em primeiro lugar, admito ter-me engando e tudo não passe, afinal, de uma ingenuidade sua. A sua vinda aqui será naturalmente aceite se deixar de se "armar em muito espertinha", de outro modo, será a própria Serpente a fazer a sua depuração, como aliás sempre tem feito, sem necessitar de pre-requisitos ou apresentação de perfis parciais ou imparciais. Nestas coisas, creio no poder de auto-regeneração e de imunidade da "bicha" que o não é. Penso que nisto o Paulo é da mesma opinião. Não tendo a Serpente portas nem janelas,como me parce que assim deva contiuar, essas suas capacidades são-lhe de grande proveito.

Não se importe assim tanto com os erros de forma ou de conteúdo, ortográficos ou de síntaxe. Desvalorize essa parte. Evite, porém, os, como direi, erros de má-fé; de carácter ou da falta dele; de oporunidade; éticos ou até estéticos. Sendo ela, a Serpente, de muita sensibilidade a esses.

Minha cara,

Atenção, não confundamos aqui nada. Clarifiquemos. Não se pode ter lembrado de mim, pois que nunca ninguém aqui da Serpente me viu e a menina não me conhece de parte nenhuma, mais, duvido que possa ter feito alguma correlacção entre a imagem e outra coisa qualquer da esfera do que nos é mais grato. Digo isto pela sua confessada insensibilidade, coisa que não sei o que seja, nem o seu contrário.

Mas, vamos lá a ver, não nos baralhemos, é realmente a menina o que é ou o que parece e não é? Continuo sem perceber. Se não quer ser uma menina doce, e quer ser, ao invés, o seu contrário, tudo bem. Não há qulquer problema com isso, penso. Esse, como outro qualquer, não é exigido.

Agora, inverdades, não. Ora se nós, como diz, ignorássemos os anónimos ou não os desejássemos, para que raio estaríamos aqui a ter esta conversa?
Ora vamos lá ver, a Serpente - e não tenho qualquer procuração para falar em nome dela - o seu mentor e seu Professor (nisso talvez a inveje), Paulo Borges, quererá certamente que aqui neste ponto, tal como eu, que nos demos as mãos. Mas, dizia eu, a Serpente quer ser tudo isso de azedos e amargos que falou. Tudo. Só isso fará sentido.
O limite... pois bem... o limite somos nós.

Receba o meu pedido de desculpas e a minha honesta simpatia pela sua coragem.

Parce-me que estou a vê-la com outros olhos, talvez seja do reflexo dos meus.:)

PS. Não sou de formalidades, mas a sua confusão entre mim e outra qualquer pessoa tê-la-á levado a um tratamento que não me lembro de termos assentido ser o mais adequado para uma primeira conversa.

Desculpe o excesso de palavras, para tão pouco assunto.

Bem-haja, menina.

Anónimo disse...

Esta gente anda a discutir e a susceptibilizar-se com o quê, santo Deus!? Só se forem as lombrigas que lhes começam a pular punk rock no cérebro... ou a ressaca do Natal... as filhozes batem forte...

Anónimo disse...

Saudades do futuro, esquecimento da origem.

Anónimo disse...

Não se afadiguem: vocês já estão mortos.

Anónimo disse...

Quanta energia dissipada, quanta vida morta, quanta saudade transviada, pelo futuro que nunca há!

Anónimo disse...

Neste mundo da blogosfera, só podemos recorrer a palavras ou a imagens como fragmentos, desactivados da continuidade que dá o sentido realista. Ora recorrendo apenas às palavras, nem sempre se percebe se o sorriso que as acompanha é aberto e ardoroso, se é sagaz, se é cínico, doce ou envenenado, natural e afável…Quanto aos olhos que nunca mentem, nada se sabe do rasgo que os trespassa. Por outro lado, quando se escreve sob o signo do anonimato, pode não se perceber quem é quem. Para se perceber, tem que se estar com muita atenção, seguir a "novela" com regularidade, até que por fim, se distinguem as diferentes nuances e singularidades dos semiencobertos, por vezes "mascarados", que aos olhos de alguns "já não enganam ninguém". O que agora acaba de ser dito, vai acompanhado de um rosto, que não se abre num sorriso, mas também não se fecha sobre si próprio. As palavras não pretendem ser ambíguas nem impressionar. Trata-se de um dizer natural, frio, talvez azul. Os olhos não denotam emoção nem paixão. Não há enfeites de Natal ao redor, nem o mínimo rumor da "loucura" entusiasmada em puxar o tapete debaixo dos pés e rir ao ver o pessoal voltar-se de pernas para o ar num desequilíbrio libertador. Isto apenas para dizer, que todas as reacções são no final de contas compreensíveis. A intenção que preside a tudo isto:

Que voltemos a deixar o traço no ringue de gelo de acordo ao nosso jeito particular de nos movermos e girarmos sobre patins. Que o mundo volte a ser uma tela em branco para assim voltarmos também, a sentir aquele entusiasmo da primeira pincelada de um olhar pouco veterano. Talvez assim possamos também falar de um "Natal" em que "ninguém leva a mal"- IV ( inicio).

Anónimo disse...

Belas e sábias palavras, Lorena!

Luiz Pires dos Reys disse...

Bravo! Perfeito, Lorena!
Preciso e incisivo!
A questão que se tem aqui levantado é, não a do "anonimato" que qualquer nome envolve ou qualquer nomear inclui de ocultação|desocultação, mas o indiferenciar de tal nomeação numa designação "anónimo" diluída por diversos actores que adoptam uma e a mesma, e que não permite "delimitar" qual ou qual seja em cada caso a fonte (ainda que inominada) do discurso.
Para haver diá-logo há que haver a percepção (ainda que imprecisa) de quem está "ali" e nos fala ou responde, ou argumenta ou ataca, ou o que quer que seja.
Assim, o acoitar numa espécie de pântano do in-diferente remete tais "contribuições" aqui no blogue - que poderiam (e que porventura, ainda assim, talvez algo disso logrem) dar uma "periferia anárquica" feita de outros limites, e/ou outros ilimites - remete-as para uma espécie de dinamitação pulverizante caórdica (caos+ordem interagindo) de "argumentos" e "razões", de falta daqueles e ausência destas, como se se tratasse de uma outra "terceira" margem de co-loquilidade, ainda e sempre livre em extremo, tal como o mentor deste blogue o entende e quer (e, quanto a mim, muito bem).
Porém, são os próprios entes indiferentes e indiferenciados que se -auto-excluem (assim mesmo, de outro modo, se incluindo) naquilo que a largura ou o extremo enfoque do horizonte da sua "visão" ou do seu apenas "ponto" de vista pudesse vir a trazer ao (de)serpentear ou (des)emplumar serpenteante aqui exerci(ta)dos - a cada um ficando a escolha, ou não escolha, de como queira ou não queira estar aqui.

Finalmente: interessante, e porventura bem significativo e sintomático, notar que tudo isto haja surgido a propósito, não de um texto, mas de uma foto...

P.S.
Pela parte que me cabe, grato estou, pois, a meu saudoso amigo e irmão de Divor e outras áfricas, (aqui)Soantes, que ignora talvez quem eu seja, mas sei quem ele seja.
Talvez se recorde ele de certas "tertúlias a três", ao fim da tarde, à vista do Tejo, em Arte Antiga, entre o jardim do museu e as musas que amiúde de lá se não furtavam a ir, congraçando-nos aos três e aos mais cujos espíritos já estiveram, em poemas amados, partilhados e até escritos (e vistos e tocados e ditos) "a três mãos"...
Bem ele sabe como eu prezo certas "películas" do mais íntimo espelho para o mais vero espelhamento impessoal/interpessoal: longamente disso lá falámos, e aqui falamos pelos vistos ainda.
Dionisino abraço para ti.