Um abraço, Paulo, e um grande ano para todos são os votos daqui de Benguela
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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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10 comentários:
o burrinho voltava para casa depois de cumprir o papel na manjedoura e o fernando pessoa, achando-o triste, fez esse verso...
:)
pensei q fosse um burrito carregando o fardo da ignorancia mas a virtude da paciencia
Tomando a primeira parcela da frase ("não haver deus") como uma manifestação de ateísmo, seja do modo mais rudimentar e tosco, ou já da maneira subtilíssima e sublime como Mestre Eckhart disso foi acusado (Paulo Borges de tal poderá falar muitíssimo melhor do que eu), poderemos dizer, sim, quanto a mim, que disso se fará, ou um ídolo às avessas(como o fizeram os materialistas, sobretudo marxistas), ou avesso da idolatria: a constatação, essa profundíssima, de que não "há" Deus, porque Deus não é "coisa" que "caiba" no haver, que é coisa que pertence em esclusivo às coisas.
Quais são os sabores e os aromas do natal Africano?
Ana Margarida,
Com essa do "petisca e lambisca" de Natal africano confesso que me "desnorteei" um tanto: será que eu me enganei na conversa?
Vou meditar um pouco e embasbacar assolapado com Yves Leloup (ele, claro, não tem culpa alguma... antes pelo contrário, não se ensolapa facilmente, e ainda bem.)
Não querem lá ver que estou no post errado: Por favor, este não é o post "Fernando burrinho e a pessoa de belém"...!??
Soantes, bem-haja pelos votos deixados e receba os que lhe reenvio: de bem, de belo e do que mais couber na sua alma.
Muito e irrevelável, seguramente.
Obrigada, sempre, pelo que de belo, breve e intenso por aqui compartilha.
Duas miudezas matinais:
1. Onde, no meu anterior comentário se lê "ensolapar", que é coisinha que em português não existe, quis obviamente escrever-se "assolapar".
2.Um certo Fernando que me não leve a mal, nem certo burrinho, e muito menos o amigo Soantes, pela travessura de tais trocadilhos atrevidos.
Será o burro do profeta Barlaão, que vê o anjo? Será o nosso auto-retrato?
"Medo do segredo contido na mínima coisa, medo que todas as coisas indiferentes que nos circundam se animem por um instante e nos segredem palavras inesquecíveis, perigosas e fatais, que nos confiem os seus segredos que não desejamos e testemunhos que não esperamos; medo de que as coisas mudas nos confiem uma missão perigosa, irrealizável e esmagadora, que façam de nós o seu intérprete, o seu porta-palavra... Medo das coisas que se calam, de sua misteriosa proximidade, de sua solene eternidade, ou medo de que a sua imobilidade não seja senão uma ilusão, e que elas queiram um dia dizer-nos "tudo", absolutamente tudo, e desejo ardente de que tudo seja indizível"
Abraço, Francisco, Grande Ano para lá de o haver!
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