quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Esta noite sonhei III
Ao longe parecia uma cor quente.
Mas quando ela saiu debaixo de água os olhos demoraram na adaptação da luminosidade e da cor. A cor chegou primeiro aos seus olhos salgados, do que o foco.
Mesmo assim, era longe.
Quando chegou mais perto, viu...
Eram Línguas de Fogo do Santo Espírito da Mãe Natureza que ardiam.
Não havia uma foligem no ar, não havia fumo.
Era a Mãe Natureza que brotava de si mesma
e dela saiam línguas vermelhas, a fervilhar, num ardor de Amor
Num Amor que ilumina qualquer par de olhos que o vislubrem, ao longe
Se fechar os olhos, ainda vejo a cor e a luz.
E as labaredas vermelhas a arder*
Mas quando ela saiu debaixo de água os olhos demoraram na adaptação da luminosidade e da cor. A cor chegou primeiro aos seus olhos salgados, do que o foco.
Mesmo assim, era longe.
Quando chegou mais perto, viu...
Eram Línguas de Fogo do Santo Espírito da Mãe Natureza que ardiam.
Não havia uma foligem no ar, não havia fumo.
Era a Mãe Natureza que brotava de si mesma
e dela saiam línguas vermelhas, a fervilhar, num ardor de Amor
Num Amor que ilumina qualquer par de olhos que o vislubrem, ao longe
Se fechar os olhos, ainda vejo a cor e a luz.
E as labaredas vermelhas a arder*
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19 comentários:
Gostei da intuição do conjunto. Porém, parece faltar entre as duas imagens mais intimidade para a transição se dar sem quebra. Creio que falta a sensação de fluidez e plasticidade na passagem de um momento para outro. Talvez não me esteja a fazer entender…
É um verso em prosa, onde se sente a ternura e o amor, gostei e gostaria de também poder escrever com este sentimento.
Um beijo
PS - Para quê falar de fotografia, quando são as palavras o corpo do significado?
Se as fotos lá estão, meu caro Vergílio – partimos do pressuposto de que foram escolhidas para o efeito (ou até, porventura, de que foram elas que suscitaram as palavras) -, se elas lá estão, é porque fazem necessariamente parte do “corpo do significado”.
Tenham ou não “sentido”, umas e outras…
Este é, em geral, o perigo (e a melhor oportunidade também) da “ilustração”: nunca se sabe bem qual ilustra qual, o quê ilustra o quê...
E em nós?
O que é primordial? O ver, o sentir ou o escrever?
O “mesmo assim, era longe”, Sereia*, daria toda uma fenomenologia do olhar.
Grato pela partilha de sentir e do sentido…
Caro Lapdrey, A minha pergunta, vai no sentido de uma resposta, que eu espero, seja dada por um anónimo.
Nada mais a acrescentar à beleza expressa pelas imagens e palavras, de uma grande amiga do coração, *Sereia.
Abreijos!
Caro Vergilio, desculpe apanhá-lo assim desprevenido e inesperando outros comentários ou respostas a comentários, aqui no blogue.
A gente sempre se habilita...
Afinal, esta coisa é pública: até para "private jokes" ou outras coisas ou pessoas para que se direcccione os comentários.
Sem perder de vista, é claro (espero eu sempre fazê-lo), que o comentário ao comentário pode sempre vir a cair no labirintismo.
Gostei do seu ... abreijos!
(era para mim, não era? Ou era para certo(a) anónimo(a)?)
Assim sendo, devolvo-lhe em "beijraços"...
(espero que "isto" não se pegue... ou não pareça mal, por aqui...)
Veremos!
adorei esta frase, Sereia:"Era a Mãe Natureza que brotava de si mesma".
Qto à foto das folhas outonais, faz-me lembrar umas fotos q tb tirei recentemente (estão até num blog de fotos).
Fica bem :)
O beijo é um procedimento inteligentemente
desenvolvido para interrupção mútua da fala
quando as palavras se tornam desnecessárias.
o beijo é um acto espontaneimente fluido capaz de derrubar qualquer fala, inspirando a mil e uma palavras...acompanhado de um abraço, pode ser muito bom! - depende de toda uma contextualização de sentido
Vergílio dou-te um beijo e um abraço. retribuis?
anónimo I,
gostei do teu comentário, percebo o que dizes... e tu, sereia, concordas?
Ena!
Obrigada a todos pelas vossas palavras.
Só hoje consegui regressar ao blog desde a postagem, por isso, o atraso na minha resposta.
Então, vamos lá ver...
Em primeiro lugar tenho uma pena enorme de que quem comenta não se identifique. Percebo a opção, mas tenho pena. Assumi, um certo dia, fazer parte deste grupo de pessoas que muito admiro mas sempre tive consiência de que todos somos diferentes no pensar, no ser, no agir, no escrever, no mostrar. E, sendo o blogue aberto a comentários e participaçãoes livres, não entendo o anonimato e não me parece fazer muito sentido dentro desta enorme aceitação do que é 'o outro' que escreve e 'o outro' que lê.
Por isso, lamento que os comentários sejam anónimos, mas não lamento qualquer comentário no seu conteúdo.
Ora...
Anónimo,
Agradeço o comentário e concordo com as palavras que me deixou. As duas imagens não são fluídas, concordo sim. Mas pronto... não consegui melhor. Talvez numa próxima oportunidade, se ela chegar ou se eu chegar até ela.
Vergílio,
De facto as palavras dizem-me mais do que as fotos (porque, como já admiti antes, as fotos não são as melhores que tirei na vida...) mas ainda assim... sabes o que digo em relação a elas, às palavras... não são minhas. Vieram ter comigo e queiseram juntar-se desta forma. E contigo vão ter outras tais como estas, tu sabes disso :)
Lapdrey,
Misturam-se os sentidos, pelos menos em mim.
Não sei, de facto, dizer onde começa um e termina outro... sou por eles e eles são por mim.
"Eles" sentidos e sentimentos, misturados deram este resultado. Podia ter sido outro qualquer ou, se calhar, não podiam...
Fragmentus,
:) um sorriso de carinho pelas palvras carinhosas
Beijos e abraços,
como o comentário deixado não me foi dirigido nem foi para obter uma resposta minha... não devo responder na vez de quem de direito
Anónimos seguintes,
Idem Idem, Aspas Aspas
Anónimo IV,
Já respondi ao anónimo I e volto a repetir... concordo sim senhor(a).
Devo fazer o "mea culpa" ?
Não, acho que não vou fazer... fica para uma próxima. Prometo que vou tenatr melhorar esta falha de "racord"
Aproveito para deixar "abreijos e beijaços" a todos e a todas*
bom dia, Sereia.
mereces que eu assuma que fui este anónimo:
«Anónimo disse...
o beijo é um acto espontaneimente fluido capaz de derrubar qualquer fala, inspirando a mil e uma palavras...acompanhado de um abraço, pode ser muito bom! - depende de toda uma contextualização de sentido
19 de Dezembro de 2008 18:09»
:) não me identifiquei por preguiça de login mas, como vês, tb não disse nada de mal.
continua a escrever e a complementar com fotos tuas, porque tem mt valor pessoal e irmos amadurecendo nesse trajecto de percepção do mundo, em nosso mundo, é uma viagem sempre fantástica e surpreendente.
um bj :)
Qual a diferença entre assinar "anónimo" e "Sereia"? Não queiram castrar o que este blog tem de melhor, que é libertar-nos da maldição do Bilhete de Identidade! Não se pode ser muitos e não ser nenhum, não se pode ser outro a cada instante!?
claro q sim, é um jogo interessante, desde q não nos esqueçamos nosso Eu...
(e agora uma discussão acesa sobre a temática do Eu/Outro...hehe)
Eu/Outro, o que é isso!? Ainda estão na pré-história?
Pelos vistos, caro Long, o meu amigo também por aqui anda ainda (ou será ainda anda? ou inda anda? ou inda "ianda"?)
Todos cá andamos, ou desandamos, na (des)ilusão: uns com a ilusão de a ter, outras com a (igual) ilusão de a ("já": já? que é isso, já?) não ter.
Deixe-se de (insistir em) filosofia de bolso, ao centímetro!
"Boa Páscoa!"
Lapdrey referiu a «ilusão de a ("já": já? que é isso, já?) não ter.»
"já" é efemeridade, uma vez que o presente não existe mas podemos entendê-la como um agora, uma presentificação de algo, portanto, situa-se no plano emocional/afectivo e psicológico, certo?
nada possuímos, nem num já...mas vale-nos a presunção de sermos senhores na posse de algo, ou de alguém; funciona tb como um estímulo, uma motivação, à concretização de algo, ou ao simples sonhar...
(denoto um certo azedume?!...vai responder-me que não!rs)
gostei da sua abordagem qd afirma que: "Todos cá andamos, ou desandamos, na (des)ilusão: uns com a ilusão de a ter, outras com a (igual) ilusão de a ("já": já? que é isso, já?) não ter."
festas felizes!!!
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