é ela que me arranca da sombra em mim atrelada
sombra de mim
não me segue
finjo que sou eu e vou
não para longe de mim
e sempre,
sempre às portas de mim
Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
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3 comentários:
BonDia Vergílio. (tens o nome de meu pai, e irmão que não cheguei a conhecer e me acompanha)
“a minha sombra sou
é ela que me arranca da sombra em mim atrelada”
Tocaram-me estes dois primeiros versos, houve uma coincidência de estado de espírito.
A sombra não é tão visível nem a luz tão solitária que não se signifiquem mutuamente. Afinal o que vemos é sempre uma luz - especialmente se for uma sombra - e é também, precisamente por isso, uma obscuridade profunda.
A tua sombra iluminou-me. Também pensei que ninguém me tinha visto a contemplar...
Espelho meu, espelho meu...
haverá algo mais belo
do que ver em ti
eu?
;)
Beijo.
Por vezes pensar que não somos vistos é a própria sombra...
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