O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 27 de setembro de 2008

"Cada palavra é uma concha milenária onde canta um mar que já não existe"

- Casimiro de Brito, Fragmentos de Babel, seguido de Arte Poética, Vila Nova de Famalicão, Quasi, 2007, p.95.

5 comentários:

Semente disse...

É bom sermos água.

É bom encontrar conchas no fundo do mar ou à beira, na rebentação das ondas.

Encontrar conchas e palavras... cada uma delas com 'estórias' de en-cantar.

E há canções do mar lindas!

Anónimo disse...

Tudo é água. Nada a é.

Anónimo disse...

Cada onda é uma concha de palavras
Cada canto é um mar de outrora,
Cada existência é uma saudade,
Cada milénio um tempo sempre novo;
Um mar eterno, a água das palavras...

Anónimo disse...

Cada rosto é uma paisagem imensa constantemente transformada pela erosão desse mar.

Anónimo disse...

Mais um abraço, Paulo. Parece que o Pascoais, o Pessoa, o Agostinho,o Sampaio Bruno, o Nietzsche,o Cioran, te vão telefonar mais à noite.Até mesmo o Bataille e o Eliade, são capazes de dizer qualquer coisa. Quem talvez nada diga, mas tu percebes, é o Buda(as), Nagarjuna, Mestre Eckhart...

Tudo a correr bem!PARABÉNS!