- Hoje não vamos à escola porque houve uma revolução!
Estremunhada pela emoção que lhe sentia na voz, que carregava aquela palavra desconhecida de uma carga mágica, sentei-me na cama e perguntei-lhe:
- O que é uma Revolução, Mãe?
Não fiquei muito entusiasmada com a explicação. Porque haveriam de querer afastar o senhor mais lindo da RTP ( logo a seguir ao Eládio Clímaco, claro está)?
Aprendi muito nos anos que se seguiram mas, aquela não foi a minha Revolução! Contudo, a poesia da música que deu o sinal aos Coronéis de Abril ainda continua a fazer sentido, ecoa profundamente dentro de mim. Ainda choro quando oiço a raça da canção. Desculpem este desabafo; é mais forte do que eu! Lamento também, se vos incomodo mas vou obrigá-los a ouvir as palavras de José Niza, que o Paulo de Carvalho canta, inflamado pela música de José Calvário:
Era uma Saudade extrema que me rasgava, uma ausência sem fundo, como se aquela letra contivesse uma mensagem que me era dirigida pessoalmente, por alguém de quem me havia esquecido. Assim começou a minha demanda, a pior das Sedes: - Perguntar: Quem sou? O que faço aqui? De quem me esqueci?
( continua...)
5 comentários:
... e a melhor das saciedades! ;)*
E por cantar o adeus... segue outro post. :P
Ana, Ana...
esta música é linda e sei-a desde menina. E, sabes...há 4 anos uma aluna veio num cd dar-ma e disse:
"professora não sei se conhece...só deve ouvir música erudita (risos) mas esta música é como eu a vejo e sinto."
O cd não estava identificado. E logo ali pedi um leitor de cd's e ouvi. E foram as lágrimas e seguiu-se uma breve explicação sobre o que é uma "revolução" e do que é a poesia. Que nãos e explica. Esse rio imenso que nos leva para dentro do adeus.
Depois tive direito ao cd com as melhores do Paulo de Carvalho. E hoje tenho direito a lágrimas e um texto teu com a infância...acho que consegues adivinhar o resto...
Que bonito!
Adoro o Paulo. Ele vai lançar um novo trabalho que se chama "DoAmor" e vem a Sintra ao Olga Cadaval apresentá-lo.
Já tive a felicidade de vê-lo ao vivo nessa sala e foi BRI-LHAN-TE!
Obrigada, Ana*
Todos aqui sabem que não sou grande comentadora, de qualquer forma gostaria de vos agradecer, os vossos comentários, a generosidade que têm ao ler os textos que colo nas paredes brancas do Serpente Emplumada.
Gostava também de agradecer à Rita Cardoso que com os seus textos sempre repletos de iguarias me oferece horas de gozo introspectivo. Este texto é apenas um comentário incompleto ao texto dela. Obrigada Rita por este festim.
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