O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Espelha-te! Espalha-te!

Já muita coisa foi escrita, mas o que falta é escrevermo-nos. Muito conhecimento já foi descoberto, mas o que falta é descobrirmo-nos. Desde sempre, nada faltou ao Homem, só o Homem se faltou a si mesmo. Nada ficou por ser cumprido, só o Homem cumprir-se. Nenhuma peça do "puzzle" está em falta, o que sentimos que falta está em nós, somos nós a própria peça que falta... que falta encaixar-se em Si.
Concordar todo o Ser, integrando a inevitável parte discordante, para ser-se tudo, de-o corpo inteiro, da Terra... do Sol.

6 comentários:

Unknown disse...

Travessia
Milton Nascimento

"Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar

Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar

Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver"

platero disse...

posso depositar aqui meu escrito de Setembro?


11 Setembro

Dito assim ninguém o entende
O Mundo recuou bastante
Quando em dia aziago
Mataram Salvador Allende
Em sua Terra
-Santiago

Palácio de la Moneda
Anos mais tarde é feito o câmbio
Lágrimas amargas
Por ruínas e escombros

Dito assim ninguém o entende
Certo é que já menos gente
Encolhe os ombros

Porque assassinaram Salvador Allende
Podem voltar ainda
As ruínas
E os escombros

muito obrigado,
beijo

Ana Moreira disse...

Gostei muito deste texto, Anita!

Ana Margarida Esteves disse...

Fazes tu muito bem em lembrar o grande Salvador Allende, Anita.

Toda a gente fala da tragedia de Nova Yorque, mas quase ninguem se lembra da tragedia que foi a pressao externa para levar ao suicidio um presidente democraticamente eleito e acabar com um projecto politico que visava promover a justica e o bem-estar, so porque incomodava Washington.

Unknown disse...

Platero, mas que descaramento é esse?...
Fazes tu senão bem.

Anica, sabe bem saber que alguém se reconhece na mesma Luz quem em nós sentimos morar.

Ana Margarida,
sempre admirei a figura de Allende de modo quase inato... só que foi de Platero a homenagem, mas podemos todos adoptá-la como nossa.

Beijinho da muito vossa... ama-seca. ;)

Hmm esta música...
http://br.youtube.com/watch?v=y8sdp_ZahEA&feature=related

Anónimo disse...

esporra-te! rsrsrsrs