O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 2 de março de 2008

Vinho

Deixas dormente
ente que dorme na dor da mente,
dor que mente na ilusão da sua ausência,
deixas-me, só fico.
Enganar a dor com máscara do prazer?!

A dor sentida gera a coragem de a ultrapassar

2 comentários:

Anónimo disse...

É verdade que o vinho e o álcool podem ser narcóticos perigosos e ilusórios... Não tanto o álcool em si, mas o modo como se o bebe. Poucos conseguem fazer com que reverta para a "sobria ebrietas", a "sóbria ebriedade", de que falam os místicos e espirituais... Há neste blogue tendências muito dionisíacas... mas que também podem ser libertadoras ! Cada um saberá de si...

Anónimo disse...

Foi graças á divina junção de vinho da Madeira e café Turco, numa noite de copos e boa comida com uma amiga (que eu acho que conhece o compincha Alentejano do Manuelinho) que nasceram de mim vários dos heterónimos com que tenho escrito neste e noutros blogues.