O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 6 de março de 2008

pintor anónimo, alemanha, 1914-1933


4 comentários:

Paulo Borges disse...

Interessante... Imagem possível do mundo ou da nossa mente... Como se fosse possível separá-los ! Não consigo identificar tudo o que está escrito, mas há uma referência à "bela Espanha"... Então, Francisco, e as tuas colagens poéticas, que nunca chegaram a aparecer ? Um Abraço para Angola !

Paulo Borges disse...

Parece que é "Longe no Sul. A bela Espanha". Conheces algo mais sobre este quadro e pintor ?

Ana Moreira disse...

Deixem-me dar uma achega: Tudo quanto sei é que "Fern im Süd das schöne Spanien" é uma cantiga popular de Emanuel Geibel - 1837. Será que esta pintura era um cartaz de apresentação de um cabaret? Talvez não seja uma interpretação totalmente descabida,se tivermos em conta que Toulouse Lautrec, na mesma época, fez vários cartazes para o Moulin Rouge...

Anónimo disse...

Gosto do nome soantes: é bem metafísico, primordial, originário.