O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 1 de março de 2008

Os amigos

Este é um poema que escrevi ali no café. Como todos os poemas, penso que está inacabado, que falta qualquer coisa, mas deixo-o estar como está. Poderia acabar na parte "e partem". Aqui vai:

Os amigos crescem
Juntos
O tempo passa
E partem
Como folhas
Que caem
Das garras das árvores
Ao vento invernal.

1 comentário:

Klatuu o embuçado disse...

Poderia e deveria. Como disse Pound: usa bom adorno ou não uses nenhum. A imagética final nada acrescenta e acaba por atenuar a eficácia sapiencial da primeira parte.