terça-feira, 4 de março de 2008
"Estilo" - Mão Morta
na lapela uma agulha adornada c’um brilhante
na orelha uma argola de pirata petulante
o andar afectado de quem anda nas alturas
espreitando do bolso um folheto com torturas
ou então um volume de cozinha libertária
que ninguém percebia ao fazer a culinária
todo o dia a jogar a um jogo de charadas
entre copos de absinto e mistelas inaladas
recitamos poemas em delírio fonético
inventamos dadá em registo frenético
e depois já cansados vamos todos para a cama
numa orgia colectiva que não vinha no programa
é preciso é estilo! não cansamos de dizer
num verniz de desdém que nos dá muito prazer
assumindo o deboche cada vez mais descarado
insurrectos em graça adorando o acto ousado
somos fãs da desbunda do deleite permanente
e assim passa o tempo e com ele nova gente
é preciso é estilo em delírio fonético
é preciso é estilo adorando o acto ousado
é preciso é estilo de pirata petulante
é preciso é estilo vamos todos para a cama
é preciso é estilo em deleite permanente
é preciso é estilo de quem anda nas alturas
na orelha uma argola de pirata petulante
o andar afectado de quem anda nas alturas
espreitando do bolso um folheto com torturas
ou então um volume de cozinha libertária
que ninguém percebia ao fazer a culinária
todo o dia a jogar a um jogo de charadas
entre copos de absinto e mistelas inaladas
recitamos poemas em delírio fonético
inventamos dadá em registo frenético
e depois já cansados vamos todos para a cama
numa orgia colectiva que não vinha no programa
é preciso é estilo! não cansamos de dizer
num verniz de desdém que nos dá muito prazer
assumindo o deboche cada vez mais descarado
insurrectos em graça adorando o acto ousado
somos fãs da desbunda do deleite permanente
e assim passa o tempo e com ele nova gente
é preciso é estilo em delírio fonético
é preciso é estilo adorando o acto ousado
é preciso é estilo de pirata petulante
é preciso é estilo vamos todos para a cama
é preciso é estilo em deleite permanente
é preciso é estilo de quem anda nas alturas
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12 comentários:
O renascer da poesia na vida diária
Não mais os jovens do fundo da rua
Serão alvo de poema melados.
Tanto tentaram domar a fera palavra
Que ela estendeu as garras e rasgou a jaula.
Fazendo-se espírito possuiu os corpos e as gargantas
De quem julgavam pacificados pela abundância.
Quando souberam que os nossos brinquedos são alimentados com sangue,
os jovens reclamaram a ruas e reanimaram a História.
ATÉ QUE ENFIM que alguém tem a coragem de fazer estes meninos burgueses se olharem no espelho! Todos muito insatisfeitos, coitadinhos, insatisfação esta que não é mais do que a coceira mental típica de quem sempre viveu no comforto e nunca teve de lutar pela sobrevivência. O país a apodrecer, a regredir para um fascismo de luva branca e para uma pobreza e opressão ainda mais insidiosa do que a do tempo em que os paizinhos deles eram crianças, e andam aqui eles de cuzinho sentado em frente ao seu computador topo de gama a encher-se de misticismo, de falsa consciência, para tentar acalmar a sua "insatisfação" e a sua "sede". E ainda por cima andam por aquí a dizer que não existem!
Se querem saber o que é insatisfação e não-existência, vão á Cova da Moura ou a Chelas, vão! Ou então ao Vale do Ave!
E o senhor Professor Paulo Borges acha que são os mantras budistas que vão salvar o país da fossa? Ou até salvar estes seus amigos da angústia existencial?
Só se salva da angústia existencial quem reconhece que a qualidade essencial do ser humano não-alienado é o ser solidário e o trabalhar em conjunto para um futuro melhor. Haja vontade! Haja coragem para a luta!
Dá-lhe Falâncio!
lollllllllllllll
!isto é mensagens sempre a abrir em "tempo real", já é fórum, isto!
Calculo que às 8:00 da manhã quando o proletariado está em frente ao computador, que não é topo de gama, o Leão Marxista esteja a fazer ÒÓ, ronronando satisfeito como um gatinho. Não te revoltes a ti de ti que não vale a pena... porque depois haverá sempre alguém que é mais igual que os outros. No final haverá sempre um cabra cega, um comunismo consumista neo capitalista, chinês ou ...ês para te abraçar, ou um novo imperialismo para cegar!
Com desejos sinceros que quebres todas as fronteiras dentro de ti...
Beijinhos carinhosos.
Quer-me parecer que conheço este Karl Marx, não do "Capital", mas da capital... De qualquer modo, Amigo, acho bem que te desalienes e vás à luta... No fundo, estamos no mesmo caminho... Só que eu acho que os mantras também ajudam... Aliás, também tens os teus, todas as palavras de ordem que andas por aí a gritar ! Cuidado é que essas vibrações raivosas não te entupam os canais invisíveis... Não há canalisadores que resolvam esses problemas... Vais ter de te desentupir a ti próprio.
Karl,
Não tenho um topo de gama
Não sou burguesa
Não tenho pais
Não tenho onde cair viva... porque morta já eu estou.
Não vivo na Cova da Moura... mas abrigo Covas da Moura. Muitos.
E, ainda assim, beijinhos carinhosos como os da Ana.
Insatisfeitos? Angústia?? E a propósito de uma letra que fala de orgias???
Meu caro Marx, o comunismo virá, num futuro ainda distante, quando o capitalismo tiver enchido de tal forma o mundo de máquinas que só os loucos trabalharão. Até lá seremos ainda irmãos de tudo o que nos falar intimamente...
ó karl marc, tu não tinhas morrido já? ou em vez de inexistente és morto-vivo?
ó karl marc, tu não tinhas morrido já? ou em vez de inexistente és morto-vivo?
Eu sou o luto que vos não poupa ! Ide pois para a cama, numa orgia de esqueletos descarnados e fedorentos, uns aos outros misturados no eterno noivado do sepulcro !
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