quinta-feira, 6 de março de 2008
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Ontem estávamos eu e um colega a falar de Lógica, a disciplina, que é difícil e não sei que mais, o que costuma dizer-se da Lógica. Até que eu disse que o Paulo Borges é que deve perceber de Lógica ao que o meu colega retorquiu que hummmm, não me parece. Eu insisti que sim e que não é com certeza um bicho de sete cabeças, a Lógica, e o professor deve saber um pouco de tudo. Sim, alguma coisa de Lógica o professor há de perceber ou não tivesse tirado o curso de Filosofia. Mas, ó professor, percebe de Lógica (aristotélica, teoria dos conjuntos, lógica proposicional) de forma a ter, digamos, um14, um 15 como nota, ou menos ou mais, não sei? Ou melhor, domina a discplina no sentido de ser intuitivo para si? Ou, consegue entrar no jogo? Ou...é fácil?
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8 comentários:
Há um excelente livro de introdução, onde poderás aprender lógica proposicional e lógica de predicados. É o "Lógica - Um curso introdutório", de W. H. Newton-Smith. Explica mesmo muito bem e, se o leres antentamente, e praticares os exercícios, darás contigo a fazer deduções na boa.
Cara Rita, não percebo bem o alcance da pergunta... Só posso dizer que não tive uma má nota mas que, francamente, é coisa que não me interessa assim muito... O que mais me interessa é o que Aristóteles sabia, mas rejeitava: que acerca de alguma coisa não se pudesse tomar qualquer posição, nem que é, nem que não é, nem que é e não é, nem que nem é nem não é... O que mais me interessa é a utilização da lógica, por exemplo em Nagarjuna, para reduzir ao absurdo todas as teses e proposições filosóficas... sem oferecer alternativa !
olá Rita. Quem te escreve é uma suposta doutoranda em filosofia que passou a lógica porque nessa altura o professor achava piada dar lógica teórica (no exame saiu Descartes, Círculo de viena, Wittgenstein, Aristóteles e qualquer coisa dos escolásticos). Consegui 14. Parece que ele já não utiliza esse método, porque se tornou bastante popular. No meu exame falei de falar do conceito de "místico" em Wittgenstein. (Não te posso revelar a minha identidade porque ainda corro o risco de me retirarem o certificado de licenciatura de Coimbra, e não dava muito jeito já que estou a ser paga para fazer o doutoramento). Boa sorte.
(Sempre podes mudar de curso)
percebo que não lhe interesse muito, professor.
reformulando então a pergunta: conseguiria explicar lógica (não, não estou pedindo que explique) se lho pedissem?
alguma lógica que seja, tal como inferência aristotélica (por exemplo, formação de silogismos complexos) teoria dos conjuntos, lógica/cálculo proposicional, enfim, uma qualquer destas coisas (ou outras que não constituam o programa actual da escola)que envolvem exercícios tipo matemática?
conseguiria tornar a coisa perceptível e, enfim, lógica? ou, acha que seria um bom veículo/professor de lógica?
acha que desvelaria ou simplificaria, mais ou menos, isto que a maioria acha muito complicado?
Bom, a essa pergunta só posso responder sinceramente que não me parece que fosse um bom professor de lógica ! Provavelmente só a tornaria ainda mais complicada, sobretudo pela tendência para a pensar sempre a partir de fora !... Lamento se frustro alguma expectativa, mas essa seria uma das últimas expectativas que a meu próprio respeito alimentaria...
Será de seguir o conselho do Nuno Maltez ou de um professor de Lógica...
respondidíssimo! obrigada, logicadores alogicantes.
A convicção de que todos os processos do mundo podem ser reduzidos a proposições simples, verificáveis por relações quantificadoras e qualificadoras, aplicáveis em todas as modalidades categoriais, pode parecer estéril, decerto aborrece poetas e místicos, mas foi - e é - a marca específica da forma da sabedoria ocidental a que chamamos Filosofia.
É um facto que o mundo fica reduzido a esqueletos e a nós, a riqueza e multiplicidade da carne dos entes desaparece, abre-se uma clareira onde a razão trabalha e disseca e perde-se a beleza do pensamento elíptico descritivo oriental – Jorge Luís Borges explorou de um modo supremo esta diferença -, mas foi a Lógica que conferiu uma eficácia tal à nossa civilização que a tornou hegemónica em relação às demais: o pensar como «esquecimento» das diferenças acidentais dos entes, a redução a unidades unívocas e universais de significação, subordinadas a critérios operativos.
Verdade: não somos uma civilização mística – somos uma civilização mágica, dito de outro modo, tecno/lógica.
Para as inferências, dedutivas, indutivas, analógicas, abdutivas… e diabólicas, a menina compra um bom livro e exerce sobre as coisas o poder dos neurónios: a Lógica é o que de mais fácil há em Filosofia.
Tem um aquário em casa? :)
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