Desfaço-me na brisa e rocha impura broto além
Feito de maresia e alegria pura sou o mesmo e ninguém
Nem homem já nem o que seja que se veja
E se queira frente a um espelho
Giesta e cascalho adormecido por fora
Aluvião do fundo do rio sem destino nem paragem
nem miragem nem real
Todo o deserto e toda a planura
A terra escura debaixo do chão
Canção de pedra que ampara as vozes dos perdidos
Campo de sortes e catedral
De muitas mortes rasgado largado na imensidade
Com medo da claridade que há lá bem no fundo
3 comentários:
No fundo das coisas haverá poesia?
No "fundo" das coisas, as coisas serão ainda coisas?...
E estará a poesia nas coisas, ou em algo que as perpassa e porventura nelas repousa, porque esteja no olhar de quem as olha e por elas passa, e assim as olha porque elas o olhassem?
Céu e Terra
ambos nos (des)orientam
Belo poema, Paulo.
Belo*
Enviar um comentário