O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 22 de setembro de 2009

O sexo entreabre a boca da morte

6 comentários:

Luiz Pires dos Reys disse...

Talvez haja aqui, em mim, uma questão de diversidade lexical.
Proponho, pois, cara antiquíssima, umas leves variantes:

A morte da boca em sexo se nos entreabe.

Na boca entreabre-se-nos o sexo da morte.

A morte do sexo entreabre o que nos abocanha.

A boca da morte entreabre-se-nos sexuada.

& etc.

baal disse...

possivelmente não existe uma luta de eros contra thanatos, parece-me que por todo o lado o sexo é uma luta... o prazer de possuir e abandonar, a ausência como opção.

Luiz Pires dos Reys disse...

É, creio, precisamente essa alteridade eros/thanatos que mata quer a morte, quer a pulsão de eros.

A via "tântrica", por exemplo (não falo obviamente de kama sutra e outros bla bla blas afins), ensina-nos que é, precisamente, na não-pulsão que a activação do fluxo da energia/luz "kundálica" acende o fogo filosófico no athanor de onde emerge, incandescente, o lingam (como um "vajra" celeste) e é desse modo também que o cálice de yoni (ventre da terra pura) melhor se afeiçoa para acolher, intacto, o graal da vida sem morte.

Rasputine disse...

O sexo abre e fecha tudo.

Luiz Pires dos Reys disse...

Rasputine também?

João de Castro Nunes disse...

Que trapalhada, lexicalmente falando! Essa do "graal da vida sem morte"... gostei! JCN