terça-feira, 22 de setembro de 2009
"O tempo era bom? Não era
O tempo é, para sempre.
A hera da antiga era
roreja incansavelmente.
Aconteceu há mil anos?
Continua acontecendo.
Nos mais desbotados panos,
estou me lendo e relendo.
Tudo morto, na distância
que vai de alguém a si mesmo?
Vive tudo, mas sem ânsia
de estar amando e estar preso.
Pois tudo enfim se liberta
de ferros forjados no ar.
A alma sorri, já bem perto,
da raiz mesma do ser."
de Carlos Drummond de Andrade, "Duração" em as 'As Impurezas do Branco'
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1 comentário:
Como não havia de ser um belo poema, sendo de quem é? JCN
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