O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

st

6 comentários:

Semente disse...

ena! que espectáculo de luz maravilhoso!
Adoro este momentos em que a luz é apanhada a dançar*

rmf disse...

"Há palavras acesas como barcos"

Belo movimento do conjunto dentro do próprio movimento da câmara.

Abraço :)

Luiz Pires dos Reys disse...

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Luz,
vertiginando-se-nos: em luminescências,
de imparável!

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fas disse...

Estes comentários comoveram-me realmente.

João de Castro Nunes disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Luiz Pires dos Reys disse...

Inadvertidamente, apaguei o comentário acima. Mas, bem vistas as coisas, também não se perdeu muito. Fica outro asseio.
Ao menos, e sobretudo, por respeito a Soantes.
(Redimo-me aqui do involuntário)

Houve, porém, já vários apelos à contenção verbal, feitos por Paulo Borges.

Apelo à contenção equivale, obviamente, à mais estrita vigilância do que se escreve, qual deve fazê-la todo o ser que não só aprendeu a escrever, mas também aprendeu como escrever em cada circunstância do fazê-lo ou de devê-lo.

Desde a redacção infantil ao elogio fúnebre, passando pelo poema, a homilia e a diatribe, tudo é lícito em palavras, desde que as palavras sejam dignas do valor daquilo que transportam. Se o não forem, mas vale estar-se calado, e não as escrever.

Quem não sabe (ao menos querê-lo) ao atingir a maioridade, talvez jamais queira querê-lo e, por isso também, é muito provável que jamais venha de facto a amadureciamente saber escrever.

Isso não é, porém, suficiente razão para um qualquer mais vilanaz exercício da liberdade de expressão.

Liberdade de expressão é exercício de peso e medida, e justa medida.
Ainda que o peso e medida possam ser desmedidos, e serem aceitáveis, a não justa medida será sempre injusta.

Logo, indesejável e, assim, evitável.