O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ce grand malheur, de ne pouvoir être seul. (La Bruyère)

9 comentários:

João de Castro Nunes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João de Castro Nunes disse...

"LA SEULE"

Teu corpo, amor, cheirava a sol e sul,
sabia ao sal do mar, a tudo quanto
se representa pela cor azul,
a cor que dos monarcas tem o manto!

Para o teu róseo corpo descrever
não consigo encontrar, por mais que tente,
metáfora nenhuma a condizer
ou por qualquer maneira... pertinente.

Era de jade o teu risonho olhar
e de ouro o teu cabelo, mesmo quando
de prata e de luar... se foi tornando.

Hoje no céu tua alma há-de cheirar
ao perfume de Deus, que eu imagino
idêntico ao incenso... do mais fino!

JOÃO DE CASTRO NUNES

(Composto sob o efeito da leitura de um singularíssimo poema de "Platero")) JCN

Luiz Pires dos Reys disse...

Ploc! Nascem aqui sonetos, como cogumelos. Perdão, serão talvez "cogunetos".

E, senhoras e senhores, o feliz contemplado desta manhã é....!
Ups! Parecia que haveria de ser Liliana mas (poinggg!), trata-se duma "platerinspiração". Alguém pôs o pé no canteiro errado, parece!

Ah, "ce grand malheur" de ne savoir être que malheureux, si bien qu'on s'imagine três glorieux!

Ça c'est pire que "de ne pouvoir être seul": ça c'est ne savoir du tout être ce qu'on est, ce qu'on est vraiment: un presque rien, rien qu'un presque.

(Agora vou, para outra freguesia, ver se pratico talvez o meu inglês)

P.S.
Mas sempre me fica a dúvida. Por que diacho não há quem pratique já o modo shakespeariano de sonetar? (abab/cdcd/efef/gg)

"Se bem me lembro" (saudoso Nemésio!), só me ocorre o livro de sonetos de Campos de Figueiredo, "Imagem da Noite", de 1947, em edição do autor. De teor, aliás, não muito diverso dos que por aqui se (a)cogumelam.

Ademais, no prefácio, bem se nos previne o autor (o que por aqui mal não ficaria também):

"Se a crítica o não julgar com Justiça, o tempo lavrará a sentença verdadeira: de vida ou de morte".

Parece-me bem. E bem se viu.
(Quem se lembra sequer do monóculo de Campos de Figueiredo, hoje algo risível.)

Aqui se verá. Também.

João de Castro Nunes disse...

Que sanha, senhor DAMIEN! Vossemecê não se enxerga?!... Ainda não viu a tristíssima figura que está fazendo com as suas... verrinosas diatribes?!... Endireite-se, homem! JCN

Luiz Pires dos Reys disse...

Diz o cego para o surdo: quando tu vires realmente, escutar-te-ei!

João de Castro Nunes disse...

Com os seus "abstrusos, confusos e difusos" comentários, vossemecê, senhor DAMIEN, vossemecê está-se a pôr ao nível do solo... onde rastejam os asquerosos répteis, especialmente as cobras. Deixemos de fora a SERPENTE, certamente envergonhada da... companhia. Volto a perguntar: Donde vem vossemecê?!!! Não me diga outra vez bocagianamente que "vem daqui e volta para aqui"! Uma vez chegou! Será que se vai repetir a história da corda?!... Conte comigo! JCN

João de Castro Nunes disse...

Que péssimo gosto, senhor DAMIEN, respiram as suas comparações, aliás a feder a bafia! Diga coisas... que não tenham barbas! Ponha-se ao nível da SERPENTE! Quando esta o perder... dou o fora! JCN

Luiz Pires dos Reys disse...

Isso, isso! Faça-se-nos ele o (tardo, porém elementar) favor!

Iremos, porventura, assistir aqui à "Queda dum Anjo"? Virtualmente e sem cor?

Chama-se à tribuna o senhor Conselheiro Acácio!
Tem vossência a palavra!


(Quanto mais alto a si se alcandora, mais "desaltura" se lhe vê! E não enxerga!
O ilustríssimo conselheiro, no seu melhor! Perdão, pior...)

Vou tratar de fazer alguma coisa de realmente útil.

Deixo aqui o embaciado do senhor a falar com o espelho de si mesmo. Talvez se reconheçam mutuamente.

Cabe a todos! Porque tal lhe não caberia também?

João de Castro Nunes disse...

Acacianamente falando, mais uma vez vossemecê, dando um par de coices, saiu pela porta do cavlo!
Bom é que vossemecê passe a fazer alguma coisa de minimamente útil. Se quiser, com as minhas relações conselheirais, arranjo-lhe ocupação, para ir remedeando... enquanto a crise não passa. Gosto de dar a mão... aos caídos, mesmo que a venham a morder. Angelicamente! JCN