sexta-feira, 18 de setembro de 2009
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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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4 comentários:
Ocorrem-me aqui os diversos sentidos de padrão e de marco: o primeiro, de descoberta, e do assinalar dela; o segundo, miliário, de limite ou de limites, e demarcador deles.
Ocorre-me também esta passagem:
"Não removas os marcos antigos, que teus pais fizeram" (Provérbios, 22, 28)
Talvez esta última acepção melhor conglomere todos os sentidos daquilo de que aqui falamos.
Mas a que mais nos fala, e melhor no-lo diz, e diz o que importa, é esta:
"Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só de Deus"
(Fernando Pessoa, in Mensagem, "Padrão")
O... PADRÃO!
Em termos de expressão material
no que respeita à nossa identidade
entre as demais nações da humanidade,
quer antes ou quer na época actual,
ponho-me às vezes por curiosidade
a imaginar, a título informal,
como seria ao certo Portugal
sem o cantor da nacionalidade.
Sem Luís de Camões a terra lusa
seria uma nação de alma difusa
por não dispor de autênticos... padrões.
Eu nem quero pensar como seria
o "ninho seu paterno" se Camões
não possuísse o dom da Poesia!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Puxa, amigo Damien, você sabe muitas coisas boas e escreve muito bem. Perdoe-me o elogio.
Amigo João, quanta honra me dá em ter um soneto seu em postagem minha e, logo com referências ao poeta que é Padrão de Portugal.
Já agora, desvendo o verdadeiro sentido da frase que me assaltou a mente e que não resisti em partilhar. A citação é de António Telmo que nos contou, quando da sua estadia em Brasília com Agostinho da Silva que ele o terá mandado para Granada, Espanha, para simplesmente nada fazer. "Vai e sê como um padrão que pensa", disse-lhe o Mestre.
Muito grato, caro Luis Santos, pelo precioso detalhe, quanto à origem da frase, tão imperativa quão enigmática: Vamos, então... "nada fazer"!
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