segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Açoteia
(aos afortunados que têm permissão a banhos de cinza)
Açoteia
Então
por fim
pelo soalho do sótão
sobre os escombros da tua habitação
assistiremos juntos à erupção das estrelas.
De como as nuvens interestelares se contraem
pela morte de uma estrela vizinha.
De como os núcleos se fundem
o hidrogénio
o hélio
rezam uma luz intensa
por vezes
azul.
As estrelas colidem e explodem
sem complacência pela tua pequena morte
em supernovas
de ar e pó.
E a alegria é uma estrela demolida.
in Emparedada/ Uit de Muur 2009
Açoteia
Então
por fim
pelo soalho do sótão
sobre os escombros da tua habitação
assistiremos juntos à erupção das estrelas.
De como as nuvens interestelares se contraem
pela morte de uma estrela vizinha.
De como os núcleos se fundem
o hidrogénio
o hélio
rezam uma luz intensa
por vezes
azul.
As estrelas colidem e explodem
sem complacência pela tua pequena morte
em supernovas
de ar e pó.
E a alegria é uma estrela demolida.
in Emparedada/ Uit de Muur 2009
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6 comentários:
Grato, Joana.
Reaberto, ainda que vazio, pois assim me encontro; assim o deixei.
Das cinzas, apenas e só, uma árvore emergiu solitária.
Um abraço.
Não tenho mais palavras.
entrei "caché" pois não fora admitida.
Obrigada pelo apoio, pela possibilidade das suas cinzas me tocarem nos cabelos e me fazerem, lentamente, ressuscitar.
Agora vou ver o seu video.
Joana,
...atrevo-me a segredar-lhe que as açoteias são para mim isso mesmo que diz, e do modo como o diz.
Falo de um tempo outro, falo de um tempo em que as avenidas estremeciam no movimento frenético das luzes, a velocidades mais do que rápidas; a velocidades de "nuvens interestelares"(super-novas, decerto!:) - Também se me contraem alguns músculos pela "morte" de algumas estrelas...
Outras vezes como se fossem répteis de luz, a passar perto dos vidros da janela...
Os vidros eram amplos e na açoteia de onde viamos o céu arranhávamos cordas de viola (eramos sonhadores) ouvia-se no céu, o silvo das flautas e as núpcias do cosmos éramos nós e os nossos verdes anos!
Para onde me levou a açoteia!... à cosmopolita fala dos canais atravessados pelo frio. O A. comprou um telescópio... e os tempos trocaram-se.
Estou-lhe tão grata por tudo quanto vivi e lembrei do que li!
Um abraço de Saudades "careca(s)".
P.S. Vou ver se hoje não comento mais nada nem leio mais... pois que estou sem "ânsias", mas muito lacrimejante.
(Um sorriso amigo, Joana)
oh saudades,,, estão lacrimejante? Logo eu, que nunca estive numa açoteia.... não me diga que está a ficar com saudades do passado?
Um beijinho ansioso do futuro, j
Joana,
Hoje, sim, tenho saudades de tudo... acho!
... e depois fui tomar um "banhodecinza" e continuei... com saudades de tudo... de mim e de todos. E não sei se a saudade é uma palavra ou se a palavra é uma saudade... a palavra é talvez, uma Saudade do Silêncio que nela brilha, em ausência, terá dito Ramos Rosa... Mas eu hoje nada posso dizer, para não ter Saudade do que não disse...
Um sorriso para si e para o Vergílio/Rui, poeta da árvore da Primavera e tudo... tudo.
oh saudades,
a saudades anda saudosa, a banhar-se em cinza, e eu ando por aqui, sem acoteia, queria tanto ser banhada (tudo que seja passiva, porque na realidade já não consigo carregar com a actividade do verbo). E que árvore é essa da Vida do nosso Félix amigo, para ver se sobrevive a este duro Outono.
E agora sim, quase cinco horas da tarde, vou ter que despertar.
Um abraço sem palavras
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