sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Amor é um fogo que arde sem se ver
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É um ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode o seu favor
Nos mortais corações conformidade,
Sendo a si tão contraditório o mesmo Amor?
Luiz Vaz de Camões
Saudações a todos os amantes... Que as contradições do amor sejam sublimadas pela consomação amorosa... E que o calor ardente gerado desfaça os vossos corpos em nada...
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É um ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode o seu favor
Nos mortais corações conformidade,
Sendo a si tão contraditório o mesmo Amor?
Luiz Vaz de Camões
Saudações a todos os amantes... Que as contradições do amor sejam sublimadas pela consomação amorosa... E que o calor ardente gerado desfaça os vossos corpos em nada...
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22 comentários:
Ai que susto eu apanhei, ao ver por aqui um soneto. Pensei que era outro o vate.
Ah, mas este não conheço: quem é?
É de Coimbra também?
Mais um?
Vêm em autocarros para Lisboa?
Cá me parece que haverá por aqui quem ache isto muito disparatadamente repetitivo: com tanto É, É, É...
Que coisa sem jeito!
"A ver vamos".
P.S.
Grato pelo acender do forno, Kunzang Dorje.
Hum? Snif, snif!
Acho que é mas é melhor eu ir ver como está o lume, pois o "calor ardente gerado" pode, sei lá, desfazer-me em torresmos de nonada.
(Obrigado a Paulo Borges, por restituir a justa dignidade pensante a esta palavra hoje tão esquecida)
Voltei atrás só para te dizer, cabotino, que primas pela... ordinarice! Não passas de um intelectualóide a descambar para o marreco. Endireita-te, homenzinho! Põe-te na vertical. És tão asqueroso que, só para desfazer em mim, não tens pejo em questionar o valor genial Camões! Fedes! E de que maneira! Lava-te com sabão-macaco misturado com lexívia! Olha que,se for preciso... volto, até te reduzia a esterco!,o que pouco falta! JCN
Bela careca que se lhe vê, senhor professor!
Gostei!!
Andou "isto" a ensinar gerações de futuros homens. Ou terá sido de homens futuros, que nunca chegaram a sê-lo?
Olhe, é melhor apressar-se, senhor doutor, que ainda perde a última "camineta" para Coimbra.
Vota lá, não é? Então bote-se por lá. E, em lá estando, aproveite e por lá fique.
Ficamos todos mais bem distribuídos. E sempre Coimbra não perde, para um simples blog, uma das suas maiores glórias.
O desprazer foi todo meu.
Da mais carroceira prosa que por aqui passou, tem a sua assinatura, senhor doutor.
Bote no currículo.
Os seus ínclitos pares vão ter um chilique, mas o que há-de fazer-se?
Até.
Vossemecê está a quebrar! Vê-se que lhe está a faltar o fôlego! Anime-se, homem! E não se assuste com o novo soneto, de inspiração camoneana, que a seguir transcrevo, tentando superar o insuperável, modéstia à parte:
GOSTOSA DOR
Um fogo interior, vivo e ardente,
chamado amor, que abrasa mas não dói,
um fogo que queimando não destrói,
tem-me feito sofrer gostosamente.
Camoneanamente me expressando,
apraz-me registar o contra-senso
que em mim também se dá, segundo penso,
de sofrendo por ti... estar gostando.
Por isso, meu amor, não faças caso
de ser a minha dor tanto maior
quanto maior o amor em que me abraso.
Se sofrer por amor nunca é demais,
deixa-me então sofrer cada vez mais,
convertendo em prazer a minha dor!
JOÃO DE CASTRO NUNES
E já agora, senhor despeitado DAMIEN, grame mais este:
FERAS À SOLTA!
(Sem destinatário; a quem servir)
Ainda que de boca amordaçada
a minha voz há-de fazer-se ouvir
sem nada haver que a cale, sem que nada
me impeça alguma vez de me exprimir!
Não é qualquer letrado cabotino,
por muito catedrático que seja,
que me encosta à parede por cretino
a vitória lhe dando de bandeja!
Atem-me embora as mãos, fechem-me a boca,
em vão conseguirão silenciar-me,
pois sempre lhes darei resposta em troca!
Só não suporto que, de mãos atadas,
tirem partido... para desancar-me
como é próprio das bestas despeitads!
JoÃO DE CASTRO NUNES
Coimbra, 25 de
Foi mais uma pequena demonstração da "minha arma secreta"... sempre pronta a disparar em linha recta! JCN
Arma secreta? ahaha! Veja lá se isso dispara, homem?
Este é do Barbosa? Do du Bocage, não é, senhor professor?
Olhe que parece mesmo. Só pode. Com este mau génio...
Se bem que... pensando melhor... na rara e fina qualidade de manter-se nobreza ainda que com verve, é que não me parece. Pois não. Então não pode ser do Bocage.
Deve ser é daquele outro senhor da stand-up comedy, perdão, da stand-up poetry: soneto a metro, sabe?
Gostei, como o meu amigo bem disse, da "pequena demonstração".
Foi uma bela sessão de tupperware poético!
Muito agradecido!
P.S.
Ah, e escusava de ter-se maçado a voltar para trás. Quanta gentileza! Anotei.
A gente chegava lá, na mesma.
Mais depressa, é claro. Mas sempre o meu amigo fica com a impressão de que é útil para alguma coisa: o que é bom - para o meu amigo, claro.
Ah, e outra coisa.
Estive a tentar ver se me servia (aquilo do "Sem destinatário; a quem servir", sabe?), mas não me servia.
A rima ficava-me curta, e a beiça descaída fazia-me tropeçar nas quadras.
Mas, olhe, agora a propósito.
Ó senhor doutor, não percebi aquela do "meu amor"! Essa era para quem?
Mau, senhor professor! Olhe que aqui é tudo gente séria! Então?
Nada de "pornoíscuidade" poética, ora essa!
Até amanhã!
Se não for nunca!
Damien, fazes-me rir:)
JCN, não leve a vida tão a sério... Sabemos lá o que vai acontecer daqui a cinco minutos, não é?
Abraço aos dois:)
Enquanto fores um porco... voltarei sempre para trás! Ter-me-ás sempre... à perna, até te reduzir a esterco, como já te adverti! Aliás, já pouco falta! Espera-te a pocilga! JCN
Para Bocage... chegas tu, com o teu "Vim daqui e vou para aqui"!
Onde ficará essa pocilga?!... JCN
Ninguém está livre... de tropeçar com um Damião na vida! Há horas de azar! JCN
Como comenta, e muito certdamente, o senhor KUNZANG, o mais que consegues... é fazer rir: és o bobo da pandilha! A mim, nem isso, porque de bobos... nunca gostei, ao contrário dos meus avoengos, que deliravam. A mim... só me provocas vómitos! E, algumas vezes, diarreia. PATIENTIA! como dizia o imperador Adriano, no crepúsculo da vida, a dois passos da sua apoteose na comunhão dos divos! Por hoje... chega, que é véspera de eleições. Em quem vai votar... vossemecê, se não é indiscrição?!... JCN
Belo almanaque de vómitos verbais, aqui, senhor doutor.
Vamos fazer assim, meu incaro senhor.
O senhor continua com os vómitos e as diarreias, até que (quem sabe?) se ache como Adriano, na noite da vida. Quiçá, com o fechar dos dias, alguma luz logre entrar finalmente nesse azedume. Ali lembrará o porquê.
Desse passar "daqui para aqui" falam certos escritos (tibetanos e egípcios, por ex.) que talvez mau não fosse ler, ou reler, enquanto haja olhos de ler e de ser-se delido.
As indiscrições, deixe-as para as suas avoengas.
Esclareço, entretanto, o evidente para todos, (menos para...):
Por certo nunca gostou de bobos - concedo de barato - posto comprazer-se em vestir-lhe a pele, ainda que ignorando-o.
Triste sina de querer tê-la, sem sabê-lo: zombie de ser-se.
Vossemecê, com essa dos egípcios e dos tibetanos... deixou-me à nora! Será que é lá que vossemecê vem e para lá quer voltar "na noite da vida"?!... Não lhe gabo os gostos, pobre diabo! Não se afunde na voragem dos tempos e no pó das múmias! Respire... fora das pirâmides, onde o ar é cavernosamente letal. Ou será que isto não passe de um dos seus trejeitos de bobo, para o senhor KUNZANG se divertir... à gargalhada?!... Que salutar é o riso... quando por uma boa razão, que esta não é, por demasiado soturna e cavilosamente egípcio-tibetana. Em guarda, faraós e dalai.lamas, que está para chegar o bobo da pandilha! JCN
Esclareça lá isso, senhor DAMIEN: "quero tê-la" ou já a tenho!.. Será que estas coisas se pegam? Cruzes... canhoto! Te arrenego!. Momices ou mumuices?!...
Na melhor das hipóteses... ambas as coisas! JCN
Com vossemecê, ó DAMIEN, divito-me à grande e à francesa! Dá para conpensar os achaques da idade, levando o resto da vida "cantando e rindo". Muito obrigado! Não desista, por favor. Volte com os seus compinchas egípcio-tibetanos... e quejandos ("vim para aqui e vou para aqui"). Caramba, esta é de deixar um pobre mortal... de olhos em bico, como acontece com os chineses... de comerem tanto arroz! JCN
Em jeito de adenda:
Tenho-me esquecido de lhe perguntar se já o tal serrote... para lhe endireitarem a espinhela caída ou torta. Em caso negativo, dê-me um lamiré, que eu isso tenho em profusão... de andar a escarafunchar nas tumbas dos faraós e dos dalai-lamas. Recuando, vou até aos neandertais.
Estão ao seu dispor! JCN
Repito a primeira frase, porque me escapou o predicado basilar:
Tenho-me esquecido de lhe perguntar se já arranjou o tal serrote... para, etc. JCN
Para que conste o que já é mais do que óbvio para todos aqui, menos para o dito (isso já foi deixado escrito e bem explícito): terminou a conversa com um tal de Coimbra!
Frustres da vida, azedumados da idade, pseudopersonagens de Molière e atrasados mentais em voluntariado não fazem parte dos que me aceitam por dialogante. Como é básico, diálogo faz-se com dois, e não com um e um outro apenas semimeio.
Pelo que me diz respeito, doravante a criatura será uma espécie de "Beco do Fala-Só": em gente, mas sobretudo em vivalma!
Que outra saída podia ter vossemecê, sr. Damião, senão pela porta do cavalo, depois de arrimar dois coices contra o "tal de Coimbra", que o reduziu finalmente ao que vossemecê... é: ESTERCO!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Foste longe demais, menino! Em todo o caso é sem ressentimento que te vejo pelas costas, tendo presente que as tuas malcriadas zombarias tiveram o mérito de estimular a minha criatividade, que estava um pouco em baixo. Até mais... nunca ver! JCN
Em todo o caso... fico atento, rondando o ninho da serpente. "Por si acaso", como gostam de dizer os castelhanos. Se de novo me aguilhoares... volto com a minha "arca secreta", que dispara em linha recta. Entendidos?!...
JOÃO DE CASTRO NUNES
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