Do meu castelo de vento
Vejo o longe repleto de impossível e terminação
Os promontórios de nunca florescem do coração da treva
Rasgam-se os espaços de gélidas antecipações do agora
Não sei que saudade o mundo chora
Sob o manto da tarde inaugural
A crisálida de não ter sido
Pelas minhas veias ganha raízes de trepadeira
Evado-me de mim a cada instante da permanência
Não há ausência ou incompletude
A alma vegetativa da esperança
Tomará de assalto o ermo
A vida é esquecimento
O que está perto é batido pelas ondas do fim
Não se pode recusar à erosão o que resiste à decomposição
A harmonia é o não ter que ser que abre as coisas em concha à escuta sem vontade
Daqui toda a distância é um hino de luz e treva nem alegre nem triste
A rendilhar na bruma o esboço duma catedral de insónia
Na noite não há pecado e as orações são pegadas dum deus que não existe
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