terça-feira, 29 de setembro de 2009
Eu
Das habitantes de Anaedera, dedicado em especial a SaudadesDoFuturo,
”Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo para me ver,
E que nunca na vida me encontrou!”
Florbela Espanca
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5 comentários:
Muito bonito, Anaedera, a nossa ("minha") Florbela, a sulista e habitante de uma memória fora do tempo e do espaço, saudosa, pois claro!
É. Eu tenho norte! É o meu Norte!
É. Eu não ando perdida! Eu sou a
que nunca se achou... Sou, sobretudo, aqui e não só a "agradecida" pelo seu/vosso carinho, claro!
Saudadesdesaudades
Muito grata Anaedera!
somos o que no mundo anda perdido,
porque fora do mundo nos encontramos, e se somos vida, será sem morte, sem norte porque a bússola que nos rege será o sonho, doloridas e esquecidas ao mundo cego que ainda não vê!
Nós também somos isso.
"Somos talvez a visão que Alguém sonhou"
Florbeliano até dizer basta
Não só mas também por isso muito belo
a da sombra de névoa ténue....
a dos destino amargo....
a do drama da secura da charneca alentejana
a que sofre por uma gota de água...
eu por acaso nunca gostei de Florbela. (Perdoem-me!) Quando devia ter lido Florbela lía Antero. é como Kafka. Quando devia ter lido Kafka lía Camus. Parece que Antero me açambarcou toda... Talvez por isso goste de ser agora, anacronicamente, uma poetizzzzza oitocentista.
comentei como se o soneto em vez de postado por fosse da autoria de Anaedera
O meu perdão
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