O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A Noite

A noite cai no campo e escurece
a lua sobe e brilha lá no alto
nas ervas embrulhados na tolice
os jovens cantam hinos em contralto...

Seus braços apertados uns nos outros
suas bocas a cantar fados da fada
seus sexos a vibrar, a entrar no cosmos
seus corpos a fundir num tudo ou nada...

Os violinos ai! soam ui!! que gemem
as guitarras dedilham serenatas
tudo canções ah! ilusões de p(i)tas...

O nada é la forma e mais nada...
A forma é el nada e mais tudo...
Senhor Buda, ajuda pa tar mudo!

KUNZANG DORJE (bobo do Palácio de Potala)

1 comentário:

João de Castro Nunes disse...

Vai no bom caminho! É assim que se começa! Pela amostra... chega lá! JCN