terça-feira, 15 de setembro de 2009
A preocupação com a identidade é uma ocupação com a diferença
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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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5 comentários:
Os contrários, de tal modo (entre si) se confundem, que chegam a fazer-nos crer que os discernimos quando mais eles nos baralham.
Como se dum baralho de cartas se tratasse, para que o jogo da vida em nós mais seja honesto, distinto e "vencível", mais importa que baralhemos os trunfos que se nos dêem.
É quase um jogar com o próprio jogo: como parceiro e como adversário.
Belo jogo! Excelente engano.
(Estupenda, a frase para este pretexto)
Inconfundível é a nossa e sua confusão...
Ver identidades é estabelecer diferenças.
É por nos vermos idênticos a nós mesmos que estabelecemos diferenças, e nisso andamos ocupados, para não nos confundirmos com o outro. Esquecemos, na verdade, que essa ocupação em estabelecer dissemilhanças - que podem não ser, necessariamente oposições ou contrários - nos inibe de nos fundirmos no diverso, no que não é idêntico. Na alteridade buscamos a diferença, para mais nos assemlharmos àquilo com que nos preocupamos: ter uma identidade. Em síntese: pre-ocupamo-nos em ocupar-nos. Deviamos ser mais simples. Também acho!...
Um abraço. Grata pela reflexão.
Uma solução possível é a "Indifferenz" schellinguiana.
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