sábado, 19 de junho de 2010
Coisas de todos os dias. Carro do lixo
Onze da noite, o carro do lixo não me deixa dormir. Vivesse eu no campo e ouviria o som que amedronta a cidade. O vento calmo nas folhas das árvores, o canto dos pássaros quando anoitece. E se a chuva ameaça, um gemido quase silencioso ocupa o espaço.
Caixote de lixo aberto é caixote liberto do entulho diário. O cheiro se espalha, corre em cada esquina pedindo juízo ao viajante distraído. Quem está na cama não abre a janela. Cerra as mãos no nariz e espera que o cheiro passe.
Conto até dez, inspiro, expiro e volto a contar. Revejo meu corpo da cabeça aos pés. Nessa viagem silenciosa por fim adormeço.
Amanhã é domingo. Descansa o lixo em cada casa.
Caixote de lixo aberto é caixote liberto do entulho diário. O cheiro se espalha, corre em cada esquina pedindo juízo ao viajante distraído. Quem está na cama não abre a janela. Cerra as mãos no nariz e espera que o cheiro passe.
Conto até dez, inspiro, expiro e volto a contar. Revejo meu corpo da cabeça aos pés. Nessa viagem silenciosa por fim adormeço.
Amanhã é domingo. Descansa o lixo em cada casa.
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4 comentários:
vou morrendo no Campo
mas sem cheirar a LIXO
bom fim-de-semana
e no campo quando inspiro deixo que a morte me abrace devagar. Olá Platero. Beijinho
Paladar
um abraço e um beijo
pelo adeus de Saramago
recebo devagar cada graça no devido lugar.
Em homenagem ao Homem que parte e deixa saudade.
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