O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 10 de junho de 2010

10 de Junho

10 de Junho: Portugal e a Lusofonia fazem hoje sentido se, na linha de Camões, Vieira, Pascoaes, Pessoa e Agostinho da Silva, forem mediadores de um novo paradigma mental, ético e cultural, alternativo ao ciclo civilizacional que hoje finda: uma solidariedade universal, no respeito integral pela natureza, bem como pelos direitos dos seres humanos e de todos os seres vivos. O que chamo uma Visão Armilar do Mundo. Fora disso, seremos apenas mais do mesmo e morreremos na mesma "apagada e vil tristeza" em que se afunda a civilização actual.

3 comentários:

platero disse...

O Tex(s)to é ótimo

a panela - que tapa - é que não vale um chavo
Bom dia de comemorações

abraço

Paulo Borges disse...

Caro Platero, confesso que não estou a perceber...

Abraço

platero disse...

Paulo

O que me ocorreu no momento:

Testo
- proposta de novo paradigma mental, ético, cultural, na linha dos grandes mestres - pilares de todo o edifício em construção: MIL; Nova Águia; Serpente.., em que o meu amigo, de maneira exemplar, se tem empenhado

Panela
- contentor de complexa mistura de produtos culinários que deviam terminar em cozinhado opíparo mas, por falha nítida de equipa de cozinha, nunca vai além de mixórdia de "apagada e vil tristeza"

E andamos nisto desde há pelo menos quinhentos anos

esquecendo a metáfora, se calhar infeliz, do bom testo e da péssima panela, talvez fosse mais adequado falar do bom sermão para uma audiência adormecida.

Não sei explicar melhor.
Fica o esforço empenhado e um bom abraço